terça-feira, 10 de setembro de 2013

Escritor angolano diz que 'novas tecnologias não reinventam a leitura'

Escritor diz que 'novas tecnologias não reinventam leitura'

Gonçalo Tavares acredita que atual discussão que rodeia o campo literário sobre a absorção das novas tecnologias não é o tema central desta arte

Mulher lendo livro no e-reader: escritor justifica que as tecnologias ainda não resolvem o problema da expansão do acesso a obras literárias



Ponta Grossa - O escritor português Gonçalo Tavares, que participa da 2ª Feira Internacional de Literatura de Ponta Grossa, no Paraná, afirmou nesta segunda-feira que as novas tecnologias não reinventam a leitura.

Para ele, a atual discussão que rodeia o campo literário sobre a absorção das novas tecnologias não é o tema central desta arte, pois as tecnologias não "reinventam a leitura".

Filho de pais portugueses, mas angolano de nascença, Tavares começou a escrever aos 20 anos e, desde então, se pauta pelo desafio da visualidade da linguagem, sendo a literatura para ele uma maneira de "traçar o que não é possível ver", incentivando o processo de leitura.

Singularidade e imersão na profissão da escrita é o que transmite Tavares, que pela primeira vez participa da Feira Internacional de Literatura de Ponta Grossa, que acontece até o dia 15 de setembro.

O autor destacou em diálogo com Agência Efe a importância de serem realizadas feiras literárias "fora do eixo Rio-São Paulo" como uma forma de garantir pluralidade e expansão de públicos, além de incentivar o debate da literatura e da escrita.

O autor de "Jerusalém", livro consagrado na Europa pelo ranking "1001 livros para se ler antes de morrer", tem um ritmo sagrado para escrever e se refugia em um ateliê que define como "um espaço do século 21, onde não há conexão com o mundo, só com os pensamentos"

Para ele a escrita é um puro prazer, de capacidade orgânica. "Quando não escrevo fico irritado", afirmou Tavares, que ainda critica os limites da tradução de obras literárias no mundo, restringindo autores aos ambientes do idioma de origem.


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