quinta-feira, 20 de março de 2014

Entrevista: Jovem que acusa funcionário do Ponto Frio de racismo

Por: Ludimara Souza 

"Art. 5º, XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei" (Constituição Federal de 1988)

No dia 26 de fevereiro uma garota denunciou um funcionário da loja Ponto Frio por racismo. Eu fiquei sabendo disso através de um compartilhamento no Facebook e decidi entrar em contato com ela, que nos concedeu uma entrevista.

Primeiro eu gostaria que você se apresentasse. Qual o seu nome, idade e onde mora?
Thayná Trindade, 25 anos, Ricardo de Albuquerque (RJ).


O que aconteceu exatamente naquele dia?
Fui ao Plaza Shopping, quando estava passando em frente a loja do Ponto Frio, o vendedor que estava na porta da loja, disse em tom ofensivo: "Tinha que ser, oh, o cabelo patrocínio da Assolan".

Como você soube que era pra você? Tinha alguém mais por perto?
Porque todos estavam me olhando e ele disse as ofensas olhando para mim e algumas pessoas olharam em tom de deboche e outras se solidarizaram comigo.

Como você se sentiu na hora? O que passou pela sua cabeça?
Fique frustrada, constrangida! Mas tive sangue frio o suficiente para ir atrás dele e pedir sua identificação. Porém ele recusou e eu também não consegui falar com a gerencia, que estava indisponível para me atender.

Você já passou por alguma situação parecida antes?
Já, mas não tão diretamente e que tenha me desconcertado antes.

Ele disse isso tão alto ao ponto de chamar a atenção de muita gente?
Sim.

Como você fez pra denunciar? Foi difícil?
Um senhor que estava próximo de mim, se solidarizou e foi comigo atras de um PM para prestar queixa, mas foi em vão porque a PM lavou as mãos e disse que isso era problema da Policia Civil, fui até a 76dp e deporei umas duas horas para abrir o R.O (registro de ocorrencia).

A loja já te deu um parecer?
Disseram que estão em processo de investigação.

Você poderia deixar uma mensagem de apoio para as leitoras e dar uma dica de como atuar nesses casos?

É denunciar, dar a cara, porque, infelizmente, é uma das poucas maneiras legais que se tem para denunciar o racismo.

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O racismo encontra-se na categoria de crimes de ódio, que é a prática de qualquer tipo de preconceito (de cor, religião, etc), assim como a fabricação, a venda, a distribuição ou a divulgação de símbolos nazistas. (fonte: Policia Federal)

Para denunciar o racismo basta usar o serviço do Disque Denúncia da Secretaria Especial dos Direitos Humanos (100) ou procurar a delegacia de Polícia Civil, mais próxima.

Já para denunciar racismo cometido na internet, a maneira mais fácil é pelo site da Polícia Federal.

Achei um documento muito interessante sobre o assunto e quero compartilhar com vocês:

Gente, já chega de escutar tudo calado, vamos colocar a boca no trombone e denunciar! Vamos cobrar dos nossos governantes que essa lei seja aplicada e não fique só no papel, que pessoas que cometam esse crime, paguem pelos seus erros, porque por enquanto somos nós quem estamos pagando. 



Fonte: Prioridades Femininas

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