Menino negro
Que tem cor de noite escura
E nessa noite em brumas
Um abrigo procura.
Menino
Nasceu negro
Na favela do mundo…
Menino negro
Não teve pai pra lhe sustentar
Não conheceu os carinhos de uma mãe:
Só arranhões, no corpo desnudado,
Só a angústia, no coração a sangrar.
Os olhares na rua
Atestam que o preconceito não morreu
E vive entranhado na sociedade
Condenando aquele menino
A ser réu sem liberdade
Menino negro
Não entrou na roda
Mas, com a força de seus braços,
Fez a roda girar.
Acorda Brasil,
Teu filho negro é quem te fala:
_ Não transforme o coração do mundo
Em uma grande e fria senzala!
(José Carlos Vaz Souza Miranda)
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