terça-feira, 30 de dezembro de 2014

"The Many Faces of Billie Holiday" - Documentário conta a história da grande diva do Jazz


"Ninguém canta como eu a palavra 'fome' ou a palavra 'amor'. Sem dúvida porque eu sei o que há por trás destas palavras" Billie Holiday

São Paulo/AE

O documentário The Many Faces of Billie Holiday, base do DVD Lady Day - Os Estilos de Billie Holiday (Versátil Home Video), pretende preencher as lacunas deixadas pela autobiografia da cantora, escrita em 1956, três anos antes da morte de Billie. Ela fantasiou parte da sua biografia para se apresentar como uma vítima da sociedade, afirma o documentário.

"A biografia mostra o que ela queria ser. Mas ela é precisa quando fala da música e dos músicos que a acompanharam", diz o apresentador. A atriz Ruby Dee, que lê os textos, é a "voz" de Billie, enquanto o filme amealha depoimentos de gente como Carmen McRae, Albert Murray, Harry Sweets Edison e o pianista Mal Waldron, último parceiro de Billie.

Entre as grandes performances do DVD, está a cantora interpretando a pungente e engajada na causa racial "Strange Fruit", um dos seus maiores sucessos. Dirigido por Matthew Seig, traz cenas raras de arquivo, algumas com qualidade espantosa para a época em que foram feitas.

Billie Holliday foi a melhor cantora de jazz de sua geração e, na opinião de seus admiradores e de muitos críticos, a melhor de todos os tempos. Eleanora Holiday nasceu no gueto negro de Baltimore. Era o pai, o guitarrista Clarence Holiday, quem lhe chamava de "Bill", por achar que ela se comportava como um garoto.

Billie sofreu tudo o que se poderia esperar na vida de uma menina americana negra e pobre. Aos doze, trabalha lavando assoalhos e prestando serviços a dona de um prostíbulo, onde ouviu pela primeira vez discos de Louis Armstrong e Bessie Smith.

Em 1930, ameaçadas de despejo por deverem 45 dólares ao senhorio, Billie saiu à rua. Aí começou a sua lenda. Percorrendo os bares do Harlem em busca de algum dinheiro, entrou no Pod"s and Jerry"s oferecendo-se como dançarina. Um desastre. O pianista, com pena, perguntou se ela sabia cantar e Billie pediu que que ele tocasse "Trav"lin All Alone". Ela saiu do bar com algum dinheiro e um emprego com salário fixo. Três anos depois, tendo cantado em vários lugares, foi assistida pelo produtor John Hammond. Em 27 de novembro de 1933 entrou em estúdio pelas mãos de Benny Goodman.

Em 1935 já aparecia cantando com a orquestra de Duke Ellington e daí em diante gravou vários discos. Billie Holiday só ganhou a devida fama e respeito após sua morte, em julho de 1959.

Redação: Gazeta Digital

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