sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Brasil terá dificuldade para sair do atoleiro, afirma 'Economist'

DE SÃO PAULO

Capa da 'Economist' desta semana
diz que Brasil está no atoleiro.
(Foto: Reproduçao/Economist)
A revista britânica "The Economist" afirmou em editorial que a economia brasileira está "uma bagunça" e que será difícil para o governo tirar o país do "atoleiro". O desafio, de acordo com a publicação, é o maior desde o início dos anos 1990.

Segundo a revista, o Brasil entrou em estagnação em 2013 --ano em que o PIB avançou 2,3%-- e agora caminha para entrar em uma forte recessão, com inflação alta apertando salários e comprometendo o pagamento de dívidas. O investimento, diz, pode cair mais (está 8% abaixo de um ano atrás).

O editorial está na capa da edição de 28 de fevereiro direcionada à América Latina.

O escândalo de corrupção na Petrobras também é citado. A publicação diz que as grandes construtoras manterão seus investimentos paralisados, pelo menos enquanto durarem as investigações.

A revista britânica diz ainda que a base de apoio da presidente está se desintegrando e lembra a última pesquisa Datafolha, apontando que a popularidade de Dilma caiu para 23% em fevereiro, atingida "tanto pela deterioração da economia quanto pelo escândalo na Petrobras".

O editorial aponta que, em grande parte, os problemas do Brasil foram criados pelo próprio governo, devido à política econômica adotada no primeiro mandato, com medidas que minaram a competitividade da indústria.

Por outro lado, diz que a presidente reconheceu que o país precisa ser mais amigável aos negócios, o que a levou a colocar Joaquim Levy, um economista liberal, como ministro da Fazenda. Mas adverte que a "recessão e a redução das receitas fiscais podem comprometer o ajuste".


'Financial Times' lista dez motivos por que Dilma pode sofrer impeachment/TITULO

Um artigo publicado no site do jornal britânico "Financial Times" nesta quarta-feira (25) lista dez motivos para acreditar que a presidente Dilma Rousseff pode não terminar seu segundo mandato.

Assinado pelo editor-adjunto de mercado emergentes da publicação, Jonathan Wheatley —que foi correspondente do jornal no país entre 2005 e 2011—, o texto cita entre as razões a perda de apoio no Congresso Nacional.

Até mesmo alguns petistas, segundo o artigo, se voltaram contra a presidente. "Alguns membros [do partido] a veem [Dilma] como uma intrusa oportunista", escreve. Dilma filiou-se ao PT nos anos 1990, após começar a carreira partidária no PDT de Lionel Brizola.

A maioria dos motivos mencionados no texto são de cunho econômico (veja a lista completa no final deste texto). Apenas dois têm apenas relação indireta com a economia: a falta de água e possíveis apagões elétricos.

DEZ MOTIVOS PARA ACREDITAR QUE DILMA PODE SOFRER IMPEACHMENT, SEGUNDO O 'FINANCIAL TIMES'

1 Perda de apoio no Congresso
2 Escândalo da Petrobras
3 Queda na confiança do consumidor
4 Aumento da inflação
5 Aumento do desemprego
6 Queda na confiança do investidor
7 Déficit orçamentário
8 Problemas econômicos no geral
9 Falta d'água
10 Possíveis apagões elétricos


Fonte: Folha de S. Paulo

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