sábado, 20 de novembro de 2010

Dia da Consciência Negra é comemorado neste sábado em Florianópolis


Via (Diário Catarinense)





Celina Agostinho de Jesus, 73 anos, vai ser homenageada nesta noite de sábado. Moradora do Morro da Queimada, área do Maciço do Morro da Cruz, na Capital, é uma entre as 22 pessoas da comunidade e ligadas à cultura afrodescendente que serão lembradas neste 20 de novembro, Dia da Consciência Negra.

Neste sábado, houve palestras e demonstrações artísticas. À tarde, shows no Palácio Cruz e Souza, em Florianópolis, celebram a data.

A festividade cultural faz parte de uma ampla programação que tem o Palácio Cruz e Sousa e o Centro de Convivência do Morro da Queimada como palcos.

Nascida em Tijucas, Celina subiu o morro onde criou os filhos, netos e bisnetos. É pobre, trabalhadora, analfabeta. Sua família faz parte dos 13% da população negra (preta e parda) de Santa Catarina, conforme a Coordenadoria Municipal de Políticas Para a Promoção da Igualdade Racial (Coppir).

Mas existem divergências. Se levado em conta os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os negros representam 2,2% da população estimada em 6,1 milhão. O dado da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio (Pnad) é do ano de 2009. O Pnad considera cinco categorias para a pessoa se classificar quanto à característica cor ou raça: branca, preta, amarela (pessoa que se declarou de origem japonesa, chinesa, coreana etc.), parda (incluindo- se a pessoa que se declarou mulata, cabocla, cafuza, mameluca ou mestiça de preto com pessoa de outra cor ou raça), ou indígena (considerando-se nesta categoria a pessoa que se declarou indígena ou índia).

— O problema da invisibilidade precisa ser atacado em Santa Catarina — sugere Ana Paula Cardozo, coordenadora da Coppir.

Estudo vai traçar o perfil da população negra no Brasil

Formada em Educação Artística na Universidade do Estado de Santa Catarina, pesquisadora da cultura da Diáspora Africana e da cultura Afro-Brasileira e militante do movimento negro, explica que recentemente foi fechado um convênio com o governo federal para que se possa analisar e mensurar quanto são, onde ficam e o que fazem os negros catarinenses.

Com os dados, poderá se traçar políticas voltadas à população e estabelecer um 'observatório étnico-racial'. Assim, aprofundar informações que mostram ser o número de analfabetos negros o dobro do número de brancos. Ou a renda da população negra a metade da renda dos brancos. A visibilidade permitirá, ainda, descobrir questões relacionados à cultura dos afrodescendentes em Santa Catarina.

— Somos o segundo estado da população, superando Rio de Janeiro e Minas Gerais, com o maior número de clubes sociais do país. Isso nos dará a oportunidade de sediar um encontro nacional promovido pela Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial — conta Ana Paula.

O encontro devia acontecer em dezembro, mas devido à transição do governo está sem data marcada. Conforme a coordenadora da Coppir, estão catalogados 43 clubes sociais. Alguns ativos, como o Novo Horizonte, em Florianópolis, e o Sociedade Kênia Clube, em Joinville, ambos em atividades.

Programação

Dia 22

19h-palestra seguida de debate sobre o Centenário da Revolta da Chibata, na Câmara Municipal, no Centro

Dia 24
11h - entrega de coroa de flores no busto do poeta Cruz e Sousa, na Praça XV de Novembro

23h59min - serenata no mesmo local


Nenhum comentário:

AS MAIS ACESSADAS

Da onde estão acessando a Maria Preta