sábado, 30 de abril de 2011

A Educação como Prática de Liberdade


Neste momento em que impera entre nós a globalização neoliberal, a ideologia do pensamento único, do mercado acima da vida, deve se repensar e dialogar sobre estratégias e os desafios para uma educação popular e libertadora.
Ao abordar a questão: como vejo a educação como prática de liberdade, deve se primeiro pensar o ser humano em sua relação com o mundo, seus condicionamentos e desafios, implica a consciência de sua história e de como superar a desumanização. Neste caso, nos remete logo a figura do educador Paulo Freire. A percepção de Freire, sobre sua época, sua capacidade de apreender seu momento histórico de propor caminhos para uma pedagogia da libertação popular o fez um dos maiores intelectuais de nossa história.
A educação libertadora para Freire é fundamental na prática revolucionária, pois não se pode primeiro fazer a revolução para depois pensar a educação que queremos. A necessidade de uma pedagogia da libertação popular, afirma-se em nossos cotidianos porque em nossos corpos, mentes e em toda a prática social está a pedagogia do opressor. Esta pedagogia legitima sua prática domesticadora, negando o direto de ser mais do povo (FREIRE, 1991).
Esta educação libertadora que Freire defende é revolucionária porque radical, pois o desvelamento do mundo de opressão instaura-se pelo questionamento, pela dúvida. Esse processo pode ser construído na sua dialogicidade com e jamais para o povo (FREIRE, 1991). É na busca de todos que, em comunhão fazem à história da libertação.
A inserção crítica do povo na história, a sua emerção como sujeito histórico não é um explicar como agir e como é o mundo, mas fundamentalmente resultado do diálogo e da luta política com o povo e não para o povo, para a transformação deste mundo opressor.
Freire aborda que o homem deve dinamizar seu mundo, para ir dominando a realidade, para deixar de ser rebaixado a puro objeto, para atuar como construtor da sua história, assumindo cada vez mais funções de intelectuais (FREIRE, 2000 & Giroux 2001).
A educação como prática de liberdade torna-se a reflexão crítica e a ação, partes de um projeto social, tornando o político mais pedagógico, na tentativa de humanização da própria vida, sendo a educação como forma de libertar a sociedade da opressão.
Somente no compromisso autêntico e a compreensão crítica de sua condição de opressor é que temos as forças para construir uma outra pedagogia, uma outra sociedade. É nesta perspectiva de emancipação do sujeito, que a educação deve ser usada como prática de liberdade, afinal, ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho, os homens se libertam em comunhão. (FREIRE, 1991).


Fonte: http://www.webartigos.com/articles/970/1/A-Educacao-Como-Pratica-De-Liberdade/pagina1.html#ixzz1L0rXCb4l

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