quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Parceria entre Petrobras e SEPPIR garantirá ações de promoção da Igualdade Racial


Ministra Luiza Bairros
Artistas e militantes negros se reuniram ontem, 07, no Rio de Janeiro, na cerimônia que marcou a assinatura do protocolo de intenções entre a Petrobras e a SEPPIR)
Documento visa o auxílio mútuo em estratégias de combate ao racismo e promoção da igualdade
O documento visa o auxílio mútuo em estratégias de combate ao racismo e promoção da igualdade. A parceria possibilitará, inclusive, que a Petrobras estabeleça mecanismos que levem em consideração aspectos étnico-raciais na seleção de projetos para patrocínio e na política de capacitação da sua mão de obra.

“Este protocolo reflete o momento atual das políticas de promoção da igualdade racial no Brasil e na Petrobras. Desde 2004, nós e a SEPPIR temos atuado em projetos neste sentido, como o Programa A Cor da Cultura (http://www.acordacultura.org.br/), que contribui para o ensino da história da África”, citou José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras. De acordo com Gabrielli, em 2006, a promoção da igualdade racial se tornou tema transversal do planejamento e nas políticas de investimento da empresa. Neste mesmo ano, o combate ao racismo passou a integrar o Código de Ética da companhia, que veta, por exemplo, empresas que violem os direitos humanos participarem de editais e seleções.

“É preciso mais. Estamos apenas colocando mais uma pedra na construção de um novo Brasil, mais justo e plural”, finalizou o presidente, que deixará a direção da companhia na próxima segunda-feira, 13, após quase sete anos à frente da maior empresa brasileira e uma das maiores do segmento de petróleo no mundo.

Para a ministra da SEPPIR, Luiza Bairros, a assinatura do protocolo reflete a consciência institucional de que o racismo e suas práticas devem ser combatidos com ações deliberativas. A expectativa da ministra é que Petrobras, pela sua importância política e econômica, sirva de exemplo para que outras empresas brasileiras desenvolvam ações neste sentido. Luiza Bairros explicou ainda que a SEPPIR já assinou acordos semelhantes com órgãos públicos como os Correios, a Caixa Econômica Federal, o Senado Federal, entre outros. “O racismo não se dissipa no ar e combate-lo é indispensável à democracia brasileira”, disse.

Quadro funcional - O deputado Luiz Alberto (PT BA), que integra o quadro funcional da Petrobras desde a década de 1970, comemorou a parceria e espera que seja corrigida a atual situação da empresa, onde os negros ainda são raros em cargos de comando. “É preciso promover mecanismos de ascensão profissional, com capacitações técnicas e estímulos ao trabalhador”. Para o parlamentar, assim como na seleção de projetos de apoio cultural, a empresa também poderá criar mecanismos de contratação de empresas que promovam a igualdade racial.

Em um levantamento interno, envolvendo cerca de 70% dos mais de 78 mil trabalhadores da empresa, 18.468 profissionais se autodeclararam negros ou pardos. Apenas 25% desse total de negros ocupam cargos de chefia.

“A propagada crise da mão de obra no Brasil se deu justamente por conta da ação de exclusão de metade da sua população, formada por homens e mulheres negras”, disse a ministra Luiza Bairros, destacando a importância dos investimentos das empresas na qualificação profissionais dos funcionários. A ministra citou ainda outro aspecto relevante para a promoção da igualdade racial nas empresas: as políticas de comunicação institucional, citando a Petrobras como exemplo positivo ao estimular a diversidade em suas peças e campanhas. 

Giovanni Harvey, da Incubadora Afro Brasileira (http://ia.org.br/), projeto financiado pela Petrobras desde 2004, destacou a importância de ser parceiro da empresa. “A parte mais importante não é o dinheiro que recebemos, mas sim a relação de confiança da empresa com as organizações sociais. Termos a marca Petrobras associada à nossa ação, nos dá credibilidade e abre muitas portas”, afirma o gestor social. Ele adverte às organizações sociais a investir na qualificação das propostas, apresentando gestões pragmáticas e indicadores objetivos, o que facilita o apoio das empresas. “Não podemos apresentar as mesmas agendas de 10 anos atrás, quando não tínhamos Estatuto da Igualdade Racial, SEPPIR, o crescimento econômico do país, entre outros avanços da sociedade brasileira”, acredita.

Blocos afro – Entre as diversas entidades culturais apoiadas pela Petrobras presentes na cerimônia, os blocos afro do Carnaval da Bahia foram representados por seus direitores e por Walmir França, presidente do Fórum de Entidades Negras, que reúne algumas dessas agremiações carnavalescas. “Desenvolver uma ação cultural no Brasil é difícil para qualquer produtor, ainda mais para aqueles que denunciam o racismo e lutam pela equidade. É ainda mais complicado. Essa ação da Petrobras e SEPPIR vem corrigir ausências em alguns setores da cultura negra”, destacou França. Ele chama atenção para o fato de que as entidades negras precisam de apoio o ano inteiro e não somente no Carnaval e no mês de novembro. “Além do mais, a comunidade negra é consumidora dos produtos e serviços da Petrobras. Trata-se, então, de uma troca lucrativa para os dois lados. Esperamos que contagie outras empresas públicas”, torce.

Este ano, a Petrobras lançou o projeto “Que Bloco é Esse?", destacando a importância dos tradicionais blocos afro do Carnaval de Salvador, por meio do encontro dos blocos com artistas consagrados do grande público. Os encontros geraram vídeoclipes que estão sendo disseminados nas redes sociais como o Portal Correio Nagô.

Fonte: Correio Nagô

Um comentário:

CASSIA disse...

QUE SORRISO LINDO!!!!

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