quarta-feira, 23 de maio de 2012

Walter Sales em Cannes

Para Walter Salles, competir em Cannes é como jogar contra o Barcelona

O cineasta Walter Salles já está há dois dias no Festival de Cannes para começar a extensa agenda de divulgação de seu filme “Na Estrada”, que entra nesta quarta (23) pela competição à Palma de Ouro. Salles reconhece que a competição é acirrada. “É um pouco como jogar no campo do Barcelona. Do outro lado, você tem 21 Messis contra você”, brincou durante entrevista nesta terça-feira (22). Apesar disso, o diretor não demonstra sinais de ansiedade – toda a imprensa francesa já assistiu ao filme, que estreia amanhã na França com 350 cópias, e a acolhida foi muito positiva. O filme estreia no dia 13 de julho no Brasil.
Na sessão de gala nesta quarta, estarão presentes os atores do filme (Viggo Mortensen, Kristen Stewart, Kirsten Dunst, Sam Riley, Garret Hedlund) e Roman Coppola, filho de Francis Ford Coppola e um dos produtores do filme.“Esse filme nasce amanhã depois de 18 meses de gestação. É uma honra enorme ser selecionado. Soube que 1.800 filmes foram enviados para os organizadores de Cannes”, contou. “Mas o segredo é nunca pensar na premiação. Por exemplo, um dos filmes de que mais gostei no ano passado foi ‘Habemus Papam’, do Nani Moretti, que não saiu premiado.”

Longa estrada
Inspirado no livro “On the Road”, de Jack Kerouac, o filme mostra dois amigos, futuros escritores, que abandonam sua vida confortável em Nova York para cair na estrada em busca de liberdade e novas experiências. “O livro é um amor de juventude que eu nunca esqueci. Quando foi lançado em 1957, dividiu a crítica. O protagonista, Dean Moriarty, não é um personagem confortável para um certo moralismo americano. Por isso esse projeto levou tanto tempo para ser realizado e não conseguiu ser financiado nos EUA, foi bancado por distribuidores europeus independentes”, contou o diretor. Há duas semanas, o filme conseguiu um distribuidor para ser lançado nos EUA.

Salles conta que o filme foi fruto do processo físico e emocional mais complicado de sua carreira – a viagem exaustiva totalizou 100 mil quilômetros entre EUA e Canadá. Uma das viagens foi feita da Costa Leste à Oeste dos EUA em três semanas, com uma equipe de apenas seis pessoas, incluindo o ator Garret Hedlund, no Hudson 1949 que também é personagem do filme. “O carro quebrava o tempo todo. Conhecemos todos os mecânicos das estradas por onde passamos”, brincou.

Fonte: Thiago Stivaletti Do UOL, em Cannes

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