sábado, 4 de agosto de 2012

Spike Lee na “torcida” do Brasil

Em 1992 eu estava em Barcelona, entre os privilegiados que viram a equipe do Brasil conquistar o título de Campeão Olímpico de Voleibol Masculino.
Em mais de seis décadas de jornalismo eu nunca testemunhei uma atmosfera de tanta emoção envolvendo jogadores, espectadores e todos os que subiram os degraus do Montjuic, colina onde se localizava o ginásio que foi palco das disputas de voleibol.
Nossa torcida merecia o Prêmio Nobel da animação. Mais do que transmitir calor e entusiasmo, aquele conjunto que gritava com a harmonia de um coral também dava um espetáculo com seus movimentos sincronizados.
Alguns integrantes do público provenientes de outros países não resistiram e se incorporaram aos brasileiros e também explodiam de vibração com as cortadas de Giovane, Marcelo Negrão e Tande em cima de nossos adversários holandeses. Neste rol estava Spike Lee, um cineasta afro-descendente, diretor de filmes antológicos e batalhador da causa da igualdade racial. Ele não entrou discretamente no grupo. Estava entre os mais entusiasmados, contagiado pelo clima de alegria e de espontaneidade dos brasileiros. Pulou de alegria quando o time dirigido por José Roberto Guimarães recebeu a medalha olímpica de ouro.
Data daquela época, na capital da Catalunha, a grande estima do importante cineasta norte-americano pelo nosso país, tanto que já está juntando material para lançar em 2013 o documentário “Go Brazil Go”, antes da Copa do Mundo.
Ele esteve recentemente no Brasil, falando com Gilberto Gil, com a presidente Dilma Roussef e ainda entrevistou mais de 30 pessoas, na sua maioria líderes do movimento negro de nosso país. Em grande parte das vezes envergava a camiseta amarela do uniforme da nossa seleção.

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