Retratar a rotina e os gestos das prostitutas nos velhos bordéis do Pelourinho, em Salvador, tornou-se parte do estilo de vida do fotógrafo japonês Hirosuke Kitamura
Exposição Hidra, com as fotos de Hirosuke Kitamura, fica em São Paulo até o dia 15 setembro
São Paulo - Mal se vêm os rostos das mulheres. Elas são anônimas, pobres, por vezes distantes dos padrões de beleza. Cobram 25 reais por um programinha de meia hora. O fotógrafo japonês Hirosuke Kitamura, 44 anos, o Oske, capta suas sombras, silhuetas e alguns movimentos rápidos na intimidade de quartos e em varandas que se abrem para a Baía de Todos os Santos. Os velhos
Oske vive há 20 anos no Brasil e se dedica a fotografar o antigo mercado do sexo, instalado em casarões centenários entre as ladeiras da Montanha e da Conceição da Praia, desde 1999. Ele quer preservar as imagens e os gestos de um ambiente decadente, condenado a desaparecer, do qual ele, fascinado, passou a fazer parte.
Equipado com uma câmera Hasselblad, Oske circula pelos bregas ouvindo música nas radiolas – quatro músicas custam 2 reais – e tomando uma cervejinha. Ganhou o apelido de China e virou figura fácil, tanto que quase passa despercebido. Sem comprar serviços de prostituição, conquistou a confiança das moradoras, das donas da zona e assim encontrou as modelos para suas fotos.
O resultado desse trabalho se transformou na exposição Hidra, montada na 1500 Gallery, de Nova York, e na Fauna Galeria, em São Paulo. “Meu objetivo principal não é documental, não é, exatamente, retratar os bregas”, diz, cheio de sotaque, o discípulo de Mario Cravo Neto e Miguel Rio Branco. “O que me interessa é a expressão do movimento do corpo, a textura e a mistura de emoções. Há vários paradoxos nesses bordéis: prazer e sofrimento, miséria e pureza, erotismo e sentimento de abandono.”
Exposição Hidra, com as fotos de Hirosuke Kitamura, fica em São Paulo até o dia 15 setembro
São Paulo - Mal se vêm os rostos das mulheres. Elas são anônimas, pobres, por vezes distantes dos padrões de beleza. Cobram 25 reais por um programinha de meia hora. O fotógrafo japonês Hirosuke Kitamura, 44 anos, o Oske, capta suas sombras, silhuetas e alguns movimentos rápidos na intimidade de quartos e em varandas que se abrem para a Baía de Todos os Santos. Os velhos
Oske vive há 20 anos no Brasil e se dedica a fotografar o antigo mercado do sexo, instalado em casarões centenários entre as ladeiras da Montanha e da Conceição da Praia, desde 1999. Ele quer preservar as imagens e os gestos de um ambiente decadente, condenado a desaparecer, do qual ele, fascinado, passou a fazer parte.
Equipado com uma câmera Hasselblad, Oske circula pelos bregas ouvindo música nas radiolas – quatro músicas custam 2 reais – e tomando uma cervejinha. Ganhou o apelido de China e virou figura fácil, tanto que quase passa despercebido. Sem comprar serviços de prostituição, conquistou a confiança das moradoras, das donas da zona e assim encontrou as modelos para suas fotos.
O resultado desse trabalho se transformou na exposição Hidra, montada na 1500 Gallery, de Nova York, e na Fauna Galeria, em São Paulo. “Meu objetivo principal não é documental, não é, exatamente, retratar os bregas”, diz, cheio de sotaque, o discípulo de Mario Cravo Neto e Miguel Rio Branco. “O que me interessa é a expressão do movimento do corpo, a textura e a mistura de emoções. Há vários paradoxos nesses bordéis: prazer e sofrimento, miséria e pureza, erotismo e sentimento de abandono.”
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