Aninha Franco - |
Barack Obama começou a vencer essas eleições quando o primeiro negreiro chegou aos USA com a sua carga de africanos vivos e, depois, quando os escravos Lucy Terry e Júpiter Hammon escreveram poemas.
Quando Lincoln assinou a Emancipação, o Norte ganhou a Guerra de Secessão e Frederick Douglass pensou a Pós-emancipação, Obama venceu 3 vezes.
Quando Bessie Smith morreu de hemorragia na porta de um hospital de Mississipi, porque era negra, e Edward Albee escreveu The Death of Bessie Smith, Obama perdeu e ganhou. Quando Billie Holiday cantou Strange Fruit para denunciar a Ku Klux Klan e a sua estranha e amarga colheita nas árvores do sul, cantou com o desejo de mudança que elegeu Obama.
Quando William Faulkner escreveu Desça Moisés, início do venha libertar meu povo da escravidão, mas Moisés não era o Moisés da bíblia, e sim o codinome de Lena Grove, negra livre que libertava negros escravos levando-os para o Canadá, Obama ganhou centenas de vezes.
Quando a adolescente negra, protegida por um amigo branco de seu pai, entrou na Universidade de Little Rock para exercer o seu direito de estudar, perturbada pelos colegas brancos, Obama venceu pela persistência.
Quando John Lennon escreveu Imagine e Woman is the "N" of word. Quando o Black Panther Party for Self-Defense fez sua primeira reunião. Quando Angela Davis foi presa e solta, presa e solta. Quando Janis Joplin optou por cantar como uma negra, e Jimi Hendrix recriou o hino estadunidense com sua guitarra, Obama ganhou, ganhou, ganhou, ganhou.
Quando Malcolm X publicou sua autobiografia, quando James Baldwin disse nem tudo o que enfrentamos pode ser mudado, mas nada pode ser mudado enquanto não for enfrentado, Richard Wright escreveu Black Boy e Toni Morrison O olho mais azul, Obama venceu porque estava escrito.
Quando Martin Luther King disse a greve é a linguagem dos que não são ouvidos e liderou a greve, o que me preocupa não é o grito dos maus, é o silêncio dos bons e denunciou a omissão, e eu tenho um sonho, estava anunciando o início do agora.
Aninha Franco é escritora, colunista, crítica, desaforada, poeta, agente cultural, advogada, dramaturga, anarquista, apaixonada por jornalismo, ...
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