Projetos patrocinados pela Funarte movimentam cidades ribeirinhas

Projetos patrocinados pela Funarte movimentam cidades ribeirinhas

Os projetos de Sergipe contemplados pela Funarte, através do edital do Programa Mais Cultura – Microprojetos Rio São Francisco, já começam a tomar forma e a movimentar as comunidades e os artistas das cidades ribeirinhas. No Estado, 60 projetos foram premiados, dentre eles o do artista plástico Beto Ribeiro, intitulado ‘Arte Popular em Sergipe: Entalhando e Ensinando’.

Além de ter conseguido lançar um catálogo e promover a exposição ‘Beto Ribeiro: Entalhando a vida’, que segue em cartaz na galeria de arte do Tribunal de Contas do Estado (TCE), o artista conta que a partir do recurso conseguido através do edital, também ministrará oficinas de entalhe em madeira para a comunidade de Pirambu. “O objetivo é passar a técnica e encontrar pessoas que têm o dom da arte, mas que ainda estão no anonimato”, destacou.

Para ele, a iniciativa da Funarte foi fundamental para dar um novo fôlego ao seu trabalho. “Estou muito feliz por essa oportunidade. O Edital de Microprojetos deu um impulso grande ao meu trabalho”, afirmou o artista plástico.

A comunidade de Pirambu também será contemplada a partir deste mês de novembro com o projeto ‘Cabeças de Papel’, da arquiteta Laís Dória. Ela conta que será promovida uma oficina de artes com o artista plástico Milton Coelho. “Os participantes das oficinas irão trabalhar com material reciclado e papel machê para confeccionar esculturas”, explicou Laís.

Segundo Laís, essa foi a primeira vez que participou de um edital nacional. “Fiquei muito feliz por ter sido contemplada. Muitas vezes nós temos uma idéia, mas não sabemos como colocá-la em prática”, afirma. Ela destaca que o que a motivou a participar do Edital de Microprojetos foi o fato dele ser muito simples e objetivo, “diferente da maioria dos editais, que são bem complexos”, acrescentou.

Laís conta que através do edital também foi aprovado o projeto ‘Entrelace’, proposto pelo Clube de Mães de Porto da Folha e que será coordenado por ela. Através do projeto será ofertada uma oficina de confecção de bolsas e assessórios com materiais reciclados para a comunidade do município de Porto da Folha, no Alto Sertão sergipano. As aulas iniciam em novembro e serão ministradas por uma oficineira do Rio Grande do Norte.

O Alto Sertão sergipano também será beneficiado por outras iniciativas contempladas pela Funarte, a exemplo do projeto ‘Cenas e Cenários de uma Ribeirinha’, projeto proposto pela Associação Cultural Raízes Nordestinas, que também funciona como Ponto de Cultura na cidade de Poço Redondo.

Ramielli da Silva explica que o projeto deve iniciar em breve e prevê a montagem e a circulação de um espetáculo de teatro de rua “que traduza e revele a beleza do povo do rio, a diversidade das manifestações e expressões culturais existentes no Baixo São Francisco”. O trabalho será feito a partir de um processo de formação cultural com jovens de 17 a 29 anos envolvidos em grupos de teatro popular existentes em Poço Redondo. As comunidades beneficiadas com o projeto são: Curralinho, Jacaré e Cajueiro.

Birô Cultural

A jovem agente cultural e integrante da Associação Cultural Raízes Nordestinas conta que o apoio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult) através das oficinas de capacitação para a elaboração de projetos do Birô Cultural foi de fundamental importância para o sucesso na seleção. “Foi através do Birô que tivemos conhecimento do Edital de Microprojetos e se não fossem as oficinas de formação e capacitação ofertadas pela Secult não teríamos conseguido tanto êxito”, destacou.

Ramielli conta que além do projeto da Associação, outros três iniciativas de agentes de comunidades vizinhas também foram contemplados pela Funarte. “Assim que soubemos do edital nós conseguimos sentar com outras pessoas da comunidade e construímos juntos outros projetos que também foram contemplados”, afirmou Ramielli.

Para o secretário da Cultura em exercício, Marcelo Rangel, o objetivo do Birô Cultural, que conta com apoio do Sebrae, é exatamente esse: a formação de agentes multiplicadores em todo o Estado. “Os agente culturais são colaborativos por natureza. Através das ações do Birô nós só estamos potencializando esse poder através da divulgação das informações sobre os editais e das orientações que são passadas sobre os projetos. Para nós é muito gratificante ver que conseguimos atingir o nosso objetivo”, explicou.

Os contemplados pela Funarte receberam um recurso de R$ 15 mil cada para viabilizar atividades artísticas e culturais voltadas para um público de jovens entre 17 e 29 anos. Em Sergipe, 27 municípios, que compõem a Bacia do São Francisco no Estado, estavam aptos a participar. Para Marcelo Rangel, o resultado obtido, com 60 projetos contemplados, colocou Sergipe em destaque no cenário nacional. 

por Agência Sergipe