quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Em mostra de 27 filmes, a segregação racial é tema no CCBB. #IMPERDÍVEL!

Mostra de filmes no CCBB aborda o tema da segregação racial no cinema

Em 27 filmes da mostra Oscar Micheaux: O cinema negro e a segregação racial, desfilam momentos cabais da cinematografia mundial

“A gente não está fazendo discurso de panfleto. Estamos trazendo filmes para serem redescobertos. São títulos que ninguém conhece. Tentamos despertar o interesse das pessoas”, explica Paulo de Almeida, curador da mostra Oscar Micheaux: O cinema negro e a segregação racial, a partir desta terça-feira (13/8), com entrada franca, no Centro Cultural Banco do Brasil. Não é apenas o polêmico diretor que dá nome ao evento, um ex-engraxate capacitado a dar arranque no retrato digno de negros nas telas (a partir dos anos de 1920), a fonte maior de discussão. 

Em 27 filmes, desfilam momentos cabais da cinematografia mundial. Elencado na programação, O cantor de jazz (1927), para o curador, agrega “um insulto, por ter a questão do uso de blackface (tradição de maquiar atores brancos para que adequassem diferentes tonalidades de pele)”. Sim, se o diretor Alan Crosland comandou o impactante desempenho do ator Al Jolson no marco O cantor de jazz — primeiro longa a registrar som —, Micheaux, literalmente, deu voz ao primeiro filme falado negro, O exílio (1931).

Adaptação de um romance escrito pelo próprio cineasta, trata de um romance enviezado e que culmina num crime. O protagonista vira fazendeiro e se enamora de uma mulher que ele julga ser branca. “A questão da identidade é comum à temática de muitos dos filmes. Na comunidade, àquela época, ou você era negro ou você era branco. A miscigenação, por um casamento interracial, na família de Micheaux, trouxe o impasse de ele ter ‘sangue de branco’”, explica Paulo de Almeida.


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