sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Gravidade dos acontecimentos denunciam crise no governo da Bahia

Raul Monteiro


O governo do Estado da Bahia produziu nos últimos dias informações em profusão contra ele mesmo. Em sua totalidade, elas denunciam que a existência de uma grave crise financeira, lamentavelmente, não são idéia ou desejo da oposição, cujo desempenho tem sido até aqui – é fato – sofrível e irrelevante.

Em menos de 48 horas, há acontecimentos com qualidade suficiente para denunciar que existe no mínimo uma situação de descontrole total no setor mais crucial de uma gestão, o financeiro. As ocorrências consubstanciam dados soltos, informações e especulações que circulam há muito tempo envolvendo as finanças estaduais.

Neste curto período, o secretário da Fazenda foi substituído pelo colega da Administração, um técnico do Desenbahia foi exonerado porque se insurgiu contra um empréstimo milionário com recursos do erário e veio a público uma gravíssima denúncia do presidente da CBPM a respeito de sua impossibilidade de trabalhar sem recursos.

A articular os três acontecimentos importantes está exatamente o problema da falta de dinheiro, decorrente, tudo indica, de uma péssima gestão financeira, comprovada pela dificuldade também de ajustar a máquina administrativa a injunções conjunturais e emergentes.

Já há inúmeras teses na tentativa de explicar a crise em que a gestão petista de Jaques Wagner mergulhou o Estado. A autoria do problema é inegável, uma vez que, no curso desses seus dois mandatos, o governador nunca o atribuiu à gestão anterior, encerrada há sete anos.

A menos de um ano para concluir seu segundo e último termo no governo da Bahia, com o cenário que se apresenta nacional e internacionalmente e uma administração pilotada essencialmente pelo critério do aparelhamento sindical-partidário, nada indica que Wagner vai conseguir recuperar as finanças do Estado.

O secretário da Fazenda que deixou o cargo, por seu perfil técnico, apesar das ligações partidárias com o PT, era a última esperança neste sentido, mas capitulou ante pressões por liberações de recursos que, segundo gente ligada a ele, ampliariam o descontrole ao nível da irresponsabilidade completa e irreversível.

Pela característica “jeitosa” do seu sucessor, tudo indica que tenha sido escolhido para encerrar o ciclo de rigidez do anterior. O contexto, portanto, é sério. Aliás, pelo andar da carruagem, ou do helicóptero, existem pouquíssimos motivos para não se crer que novas surpresas desagradáveis surgirão. Apertem os cintos porque o piloto gosta de voar!


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