terça-feira, 3 de dezembro de 2013

JOAQUIM, O NEGRO QUE DISSE NÃO À ELITE PETISTA

JORGE OLIVEIRA

Brasília – O Ministro Joaquim Barbosa está vivendo um pesadelo depois que mandou para a cadeia os mensaleiros petistas condenados por corrupção. Sofre ameaças diárias da república sindical que o ataca com impropérios e críticas racistas. O próprio Lula, ao deixar escapar que o convidou para o STF por ser negro e não por suas qualidades, insuflou os companheiros que passaram a atacar o ministro de forma vil, cruel, indigna e covarde.

Revoltadas com a humilhação impingida ao ministro, milhares de pessoas já se interligam na rede social para se solidarizar com ele pela sua altivez, coragem e conduta exemplar no julgamento dos mensaleiros, comportamento de independência que orgulha a justiça brasileira que até pouco tempo estava contaminada pela lentidão nos julgamentos e acusada de negligência com os crimes dos políticos e empresários privilegiados.

É curioso que as críticas racistas ao presidente do STF ocorram no governo do Partido dos Trabalhadores, responsável pela criação da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, que se mantém em profundo silêncio na defesa à conduta do ministro. A secretária Luiza Bairros, apesar do belo currículo, não se manifestou contra essa posição retrógrada e irracional dos militantes petistas revoltados contra a prisão dos seus companheiros mensaleiros. Sequer tomou a iniciativa de protestar contra a conduta racista dos seus companheiros, fingindo desconhecer uma das finalidades da criação da secretaria: formular, coordenar e avaliar as políticas públicas afirmativas de promoção da igualdade e da proteção dos direitos de indivíduos e grupos étnicos, com ênfase na população negra, afetados por discriminação racial e demais formas de intolerância.

Ora, pressupõe-se que se a secretaria foi criada para proteger os excluídos e combater o racismo, portanto, nada mais natural do que defender a independência de Joaquim Barbosa, o negro que teve a coragem de presidir um tribunal e desmascarar a elite do Partido dos Trabalhadores, levando a cúpula petista, políticos e empresários à cadeia para pagar pelos crimes de corrupção e formação de quadrilha.

Se a secretaria não se mostra capaz de agir contra o racismo e a xenofobia de enfurecidos militantes petista, então que desapareça. Como funciona hoje não passa de um colossal cabide de empregos, como os outros 39 ministérios da Dilma. Ao defender apenas os negros petistas, a secretaria discrimina outros tantos milhares de negros excluídos e vilipendiados por injúrias e difamação, a exemplo de Joaquim Barbosa.

É necessário um caso como esse de um ministro da alta Corte para os brasileiros entenderem que não basta apenas uma boa intenção, uma decisão politicamente correta como a criação da secretaria de Políticas de Igualdade Racial. Órgãos como esses precisam agir com independência sem olhar a identidade ou os cargos que ocupam as vítimas desse preconceito bestial. Se não é para isso que essas secretarias foram criadas o melhor seria encerrar suas atividades e poupar o bolso do brasileiro.


Fonte: www.diariodopoder.com.br

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