segunda-feira, 10 de março de 2014

Brasileiro é campeão mundial indoor no salto em distância

Mauro Vinicius da Silva levou o ouro no salto em distância no Mundial Indoor KAI PFAFFENBACH / REUTERS
RIO - O brasileiro Mauro Vinícius da Silva, o Duda, sagrou-se bicampeão mundial indoor de atletismo, na prova do salto em distância, com a marca de 8,28m, na competição realizada em Sopot, na Polônia. Ele chegou ao título apenas no seu sexto e último salto, quando ainda estava em quinto lugar, fora do pódio. Em segundo lugar, ficou o chinês Jinzhe Li, com 8,23m, e em terceiro, o sueco Michel Tornéus, com 8,21m.

Natural de Presidente Prudente e teinando em São José do Rio Preto, Duda parece predestinado a crescer nas horas decisivas. Neste sábado, ele havia marcado 8,06m na primeira tentativa, 7,94m na segunda, queimou a terceira, e fez 8,04m na quarta tentativa. Queimou o quinto salto e na última tentativa, chegou à vitória. Duda já havia sido, em Istambul, há dois anos, o primeiro brasileiro campeão mundial indoor de atletismo, e agora é o primeiro brasileiro bicampeão mundial em pista coberta.

— Nós atletas temos uma mania de falar que não caiu a ficha. Eu não posso falar isso, porque sou bicampeão. Mas por outro lado não sei o que é ser bicampeão. Isso eu não sei o que é ser. Acho que amanhã (neste domingo, quando receber a medalha), vou ter noção exata do que isso representa — afirmou ele ao Sportv.

Duda contou ter começado no atletismo com 17 anos.

— Não fui eu que fui atrás. O atletismo me descobriu. Temos de ir com calma. Sem ela, vem lesão. Eu treinei. Eu igualei o meu melhor, o meu recorde nacional, que já era meu de Istambul. Não adianta ter só frieza, tem que ter treino. É preciso estudar, não adianta apenas ter calma na hora da prova. Na hora da prova é fazer o melhor, o que estudou, isto é, o que treinou — declarou ele, que nesta sexta-feira havia se classificado para a final com a sétima marca. — Todo início (no atletismo) é complicado. Não vou falar que passei necessidade. Meu pai era militar e minha mãe, professora. Mas no atletismo todo mundo sobe do nada. Eu cheguei, não tinha sapatilha, short de treino, nada. E hoje estou aqui!

Duda disse que fora da pista é preciso tranquilidade.

— A vitória nos mostra para o mundo, mas é preciso ter os pés no chão sempre. O Brasil inteiro viu que não estava bem e fui evoluindo quando chegar lá. Acho que o Brasil todo viu isso. Se eu tivesse condição de treinar mais acho que não teria esse sofrimento todo. Se eu tivesse treinando melhor, eu não teria passado tanto sufoco, e ninguém teria quase morrido do coração — brincou.

Ao ver a gravação de seu salto da vitória, ele comentou:

— Perfeito. Foram 3cm de limite (ao tocar a tábua, na saída do salto), foi perfeito. Isso fez a diferença.

Depois de deixar a arena, o bicampeão queria telefonar para a mãe Isa, os irmãos.

— Pretendo falar com a família do hotel. Estamos quatro horas à frente aqui. Podem acender a churrasqueira e pôr a picanha no forno — contou ele, cujo apelido Duda foi posto pela avó, que preferia que ele tivesse um nome africano.

Também neste sábado, no salto com vara, Thiago Braz ficou em quarto, e Augusto de Oliveira, em sétimo. Neste domingo, vão representar o Brasil as atletas Franciela Krasucki, na semifinal dos 60m, e Fabiana Murer no salto com vara, prova de que foi campeã mundial indoor em 2010 e campeão mundial outdoor em 2011.


Fonte: O Globo

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