terça-feira, 25 de março de 2014

Preocupaçã​o humanitári​a

O arquiteto japonês Shigeru Ban
Ele é conhecido por trabalhos que unem o uso de materiais inusitados à preocupação humanitária

O arquiteto japonês Shigeru Ban venceu a edição deste ano do Prêmio Pritzker, o mais importante da arquitetura mundial. Aos 56 anos, ele é o sétimo de seu país a receber a distinção e tem uma obra marcada pela combinação da inventividade e da experimentação com a preocupação humanitária. 

Ao longo das últimas duas décadas, Ban tem se dirigido a locais destruídos por desastres naturais e conflitos, como Kobe e Ruanda, para ajudar na construção de abrigos temporários a partir de materiais como canos, papelão e restos de materiais de construção. 

Seu trabalho não se limita, porém, à construção de abrigos. Em 2009, após o terremoto em Áquila, na Itália, ele criou um auditório para que os músicos da cidade pudessem seguir se apresentando. E, após o tsunami de 2011 no Japão, ele idealizou divisórias que pudessem dar privacidade a famílias levadas a abrigos públicos.

Além dos trabalhos humanitários, Ban é conhecido por projetos como o Centre Pompidou-Metz, museu de arte moderna em Metz, na França, prédio de teto curvado inspirado em um chapéu chinês.

O arquiteto Shigeru Ban posa para foto na varanda de casa construída por ele em Nova YorkRichard Drew/AP
Casas feitas com materiais como papel na região atingida por terremoto em Kobe, no Japão, nos anos 1990Takanobu Sakuma/AP
Auditório construído em Áquila, na Itália, para que músicos da cidade pudessem se apresentar após terremoto que atingiu a região em 2009Didier Boy de la Tour/EFE
Catedral na Nova Zelândia, na qual o arquiteto utilizou papelão como uma das matérias-primasStephen Goodenough/AP
Interior da catedral de papelão construída pelo arquiteto na Nova ZelândiaStephen Goodenough/AP 
Interior de abrigo provisório em Okagawa, no Japão, após terremoto de 201Hiroyuki Hirai/EFE
Vista interna do Centre Pompidou em Metz, na França, que imita a forma de um chapéu chinêsDidier Boy de la Tour/EFE
Ao fazer o anúncio do prêmio, o júri ressaltou o modo "único" como o arquiteto trabalha com materiais. "Ele é capaz de ver em materiais comuns, como tubos de papel ou contêineres, diferentes oportunidades." Como exemplo, o júri utilizou sua Curtain Wall House em Tóquio, que usa cortinas de dois andares de altura para separar a casa da paisagem exterior.

"Quando me tornei arquiteto, fiquei muito decepcionado", disse Ban em uma entrevista recente, explicando a motivação de seu trabalho. "Estamos sempre trabalhando para pessoas privilegiadas, com poder e dinheiro. Então, pensei que arquitetos precisavam ter um papel social maior. Pensei que poderíamos usar nossa experiência e nosso conhecimento para pessoas que precisam de nossa ajuda em desastres naturais ou criados pelo homem. Mesmo casas e abrigos temporários podem ser mais confortáveis e belos."


Fonte: Estadão

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