quinta-feira, 17 de julho de 2014

Jornalista diz que sistema da PF não autorizou black power em foto do passaporte

" Tive que prender meu cabelo com uma borracha daquelas de escritório, que eles arrumaram e me deram", escreveu

A jornalista Lília de Souza passou por uma situação constrangedora nesta terça-feira (15) ao tentar renovar seu passaporte em uma unidade da Polícia Federal, no SAC do Salvador Shopping. Em relato intitulado "Sistema da PF não aceitou meu cabelo black power para foto de passaporte" e postado no Facebook na manhã desta quarta, ela afirmou que chegou na unidade às 9h, mas só conseguiu ser atendida às 16h.

De acordo com ela, quando finalmente foi atendida, o sistema não aceitava o registro da foto. "Então a policial me disse que o problema era o meu cabelo. O meu cabelo é black power e o sistema não aceita a imagem. Fiquei muito constrangida. Eu ainda insisti em fazer a foto com o meu cabelo solto, ela tentou algumas vezes e o sistema não permitiu. Tive que prender meu cabelo com uma borracha daquelas de escritório, que eles arrumaram e me deram", escreveu.

Lília relatou ainda que, logo após tirar a foto com o cabelo preso e sair da unidade, chorou muito e se sentiu arrasada. "Revoltada, voltei ao local depois de alguns minutos para protestar. O coordenador não estava. Conversei com duas policiais que disseram para mim que isso sempre acontecia com pessoas com o cabelo como o meu", continuou. Segundo ela, as policiais também disseram que pessoas negras, de pele muito escura, também precisavam ter suas fotos clareadas por conta das restrições do sistema.A jornalista fez uma denúncia pela internet na Ouvidoria da Polícia Federal e disse que estuda quais encaminhamentos dar ao caso. Ainda no shopping, ela tentou fazer o registro na Ouvidoria do SAC, mas o telefone do local estava mudo.

Procurada pelo iBahia, a assessoria de imprensa a Secretaria de Administração da Bahia, à qual o SAC está vinculado, afirma que as unidades que funcionam dentro do SAc tem seus procedimentos de funcionamento e realização de serviço próprios.

A assessoria da Polícia Federal (PF), em Brasília, afirmou que existe algumas recomendações na hora de tirar a foto, mas que desconhece o problema com cabelos black power. O caso deverá ser investigado pela Superintendência Regional da Polícia Federal na Bahia.


Fonte: iBahia

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