terça-feira, 8 de julho de 2014

Mostra traz registros fotográficos da dinâmica da escravidão no Brasil

Escravos em terreiro de uma fazenda de café – Vale do Paraíba, c. 1882

A dinâmica da escravidão no Brasil

A Galeria Fiemg, em Ouro Preto, recebe a exposição ‘Emancipação, inclusão e exclusão. Desafios do Passado e do Presente – fotografias do acervo do Instituto Moreira Salles’, com fotografias de Marc Ferrez, Victor Frond e George Leuzinger, entre outros. A exposição tem curadoria de Lilia Schwarcz, Maria Helena Machado e Sergio Burgi e faz parte do evento Fotógrafos em Ouro Preto, que reúne mostras, oficinas, palestras e atividades voltadas para a fotografia, suas técnicas e suas particularidades. A Galeria Fiemg é parceira do evento.


A mostra é composta por imagens fotográficas de negros livres ou escravos, no Brasil, ocupados com seus trabalhos, seja na área rural ou nas cidades. São carregadores, vendeiros, barbeiros, lavradores. As novas técnicas de fotografia e impressão possibilitaram a ampliação das imagens originais e a descoberta de gestos, olhares e ângulos que conferem mais singularidade aos indivíduos fotografados, sejam eles escravos, libertandos ou libertos. A exposição, ao trazer as imagens ampliadas, proporciona um novo olhar para a história de nosso País e a apreciação mais aproximada das técnicas fotográficas utilizadas no século XIX.

A fotografia, nascida no século XIX, entrou no Brasil no final da década de 1860 e trouxe para o País vários fotógrafos estrangeiros, que mostraram nossas paisagens naturais e a vida urbana de forma idealizada. A fotografia de escravos e ex-escravos registrou amplamente o sistema de trabalho local e seus trabalhadores, revelando como eles estavam naturalizados entre nós. É como se os fotógrafos, em sua maior parte estrangeiros, buscassem, com as imagens, fazer eco às ideias que circulavam então a respeito da necessidade do Brasil superar a escravidão.

Marc Ferrez é um dos principais fotógrafos brasileiros do século XIX. Em 1875, ele percorreu o País em duas expedições como fotógrafo da Comissão Geológica e Geográfica do Império. Também fotografou a construção de estradas de ferro no Brasil e uma série de trabalhos urbanos. Recebeu vários prêmios por seus projetos fotográficos. Suas obras se equiparam à dos maiores nomes da fotografia em todo o mundo. É o mais significativo fotógrafo do período no acervo do Instituto Moreira Salles.

Visitação: até 01 de setembro de 2014
De segunda a domingo, das 9h às 19h
Na Galeria FIEMG (Praça Tiradentes, 04 – Centro • Ouro Preto/MG)
Informações: (31) 3551-3637
Entrada franca


Fonte: Geledés

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