sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Conflito em Gaza já deixou 469 crianças mortas e 370 mil com necessidade de ajuda psicossocial

Reconstrução de casas poderiam levar 18 anos, alerta UNICEF. Atualmente, 280 mil pessoas buscam proteção nas escolas da ONU.

Em 12 de agosto, Mohamed Badran, de 8 anos, deitado em uma ambulância em Gaza. Ele perdeu um olho e a visão no outro durante uma explosão que matou seu pai e oito membros de sua família. Os médicos dizem que Mohamed continua a se perguntar porque continuam “com as luzes apagadas”. Foto: UNICEF/Eyad El Baba

Outras nove crianças palestinas morreram desde a ruptura do cessar-fogo na última terça-feira (19), elevando o total de meninos e meninas mortas desde o início do conflito para 469, informou a chefe do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em Gaza, Pernilla Ironside. Não há uma única família em Gaza que não tenha experimentado a morte, ferimentos, perda de sua casa, danos extensos ou deslocamento”, disse ela.

“O impacto tem sido grande fisicamente, em termos de mortes, ferimentos e infraestrutura danificada, mas, igualmente importante, no plano psicológico e emocional de desestabilização, de não conhecer ou não sentir-se totalmente seguro em nenhum lugar em Gaza”, adicionou.

Aproximadamente 280 mil pessoas procuraram abrigo nas 83 instalações da Agência das Nações Unidas para a Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) em busca de segurança. No entanto, o escritório do UNICEF em Gaza afirmou que nem mesmo as instalações da ONU podem oferecer segurança. Desde o começo do conflito 219 escolas foram danificadas por ataques aéreos e bombardeios e 22 completamente destruídas.


Para dar uma magnitude dos danos causados, a chefe do UNICEF em Gaza disse que poderia demorar 18 anos para reconstruir as 17 mil unidades habitacionais danificadas durante o conflito atual.

O UNICEF conta com 50 psicólogos e conselheiros em Gaza para atender às crianças diretamente afetadas por essas perdas. Até o momento, 3 mil foram atendidas, mas Ironside observou que outras 373 mil precisam de “primeiros socorros psicossociais imediatos”.

Outra prioridade para o UNICEF em Gaza é incentivar a volta às aulas, seguindo o calendário para o reinício das atividades escolares previsto para 24 de agosto. No entanto, os desafios são inúmeros para alcançar esse objetivo – desde lidar com a escassez de escolas como resultado dos danos causados ou porque elas estão sendo usadas como abrigos, quanto capacitar os professores afetados como habilidades para lidar com as perdas e fornecer um ambiente acolhedor para as crianças traumatizadas.


Fonte: ONU Brasil

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