A mulher na publicidade e a incompatibilidade com a realidade brasileira
Alta, magra, cabelos lisos e loiros, heterossexual e jovem: este é o padrão de mulher que a mídia brasileira apresenta hoje. Se levarmos em conta que apenas 47% das brasileiras se consideram brancas, esse padrão já se mostra errado. Mas o que há por trás disso? No documentário ”Mulheres brasileiras: do ícone midiático à realidade” são expostas as relações que esse padrão veiculado tem com a própria mídia e com as mulheres “reais”.
Criado pelas organizações Paz com Dignidad e Revista Pueblos, o vídeo traz entrevistas com ativistas e pesquisadoras, que indicam que o que permitiu a criação desse padrão foi o fato de toda a comunicação de massa brasileira estar nas mãos de algumas poucas famílias. Com isso, surge a necessidade de competição por audiência e a figura da mulher é usada como mera ferramenta para causar reações e garantir espectadores. O mesmo acontece com a figura feminina na publicidade, mesmo quando o produto é direcionado a elas.
Com esse padrão sendo empurrado garganta abaixo nos principais veículos de comunicação, a mulher “real” é oprimida, enfrentando situações em que precisa repudiar aquilo que lhe é natural para se encaixar no que a mídia define como aceitável – como no caso dos pelos do corpo, algo natural que é encarado como errado e que não é mostrado nem mesmo nos comerciais de cremes depilatórios.
O documentário aborda brevemente as raízes dos padrões criados pela mídia, dá exemplos claros de como são usados e debate sobre como isso é ruim para as mulheres, ainda que muitas vejam o padrão como inofensivo. A solução para isso, segundo as entrevistadas, pode começar pela democratização dos veículos de comunicação e pela ampliação do debate sobre o tema.
O vídeo, na íntegra, você confere abaixo. E deixa a pergunta – “até quando seguiremos dominadas pelo controle remoto?”.
Via Hypeness
Nenhum comentário:
Postar um comentário