por Kauê Vieira
Foto: Flora Pereira da Silva
Espalhados pelos quatro cantos do Brasil, os quilombos são um símbolo de resistência que nos remete ao duro período da escravidão. Entretanto, com o passar do tempo e abolição da escravidão, estes locais se tornaram referências culturais dos antepassados que compõem a cultura afro-brasileira.
Foto: Flora Pereira da Silva
Com intuito de preservar esta rica história e garantir o acesso destas comunidades às políticas públicas, o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), em parceria com a SEPPIR (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial) criou os chamados Quilombos Sustentáveis, que buscam encarar os desafios sociais, econômicos e ambientais destas comunidades.
Foto: Quilombos (Reprodução PCO)
A iniciativa, em apoio ao Programa Brasil Quilombola, tem como base a regularização fundiária destes territórios. Para se ter ideia da importância deste programa é só recorrermos aos números. De acordo com dados divulgados pelo governo federal, apenas 207 da 2.197 comunidades reconhecidas detêm posse da terra. Com os Quilombos Sustentávies, os habitantes têm garantida sua moradia e acesso aos direitos de cidadania, beneficiando-se assim de políticas públicas e realizando projetos com o governo e sociedade-civil.
Foto: Flora Pereira da Silva
Criado em 2013, o projeto abriu muitas portas para o avanço deste tema, pois a partir disso foi possível criar um banco de dados cartográfico dos territórios quilombolas já homologados, que identificaram 65 territórios, sendo que oito ainda apresentavam pendências no que diz respeito a sua demarcação. Outra notícia animadora é que, com o apoio do IBGE, foi criado o Mapa da Distribuição Espacial da População Segundo a Cor ou Raça – Pretos e Pardos – Brasil, que oferece dados acerca do mapeamento racial do país.
Foto: Quilombo (Acervo Koinonia)
Palco de festas como por exemplo a celebração do Dia da Consciência Negra, os quilombos são personagens indispensáveis para a construção da história do Brasil. Regiões de grande concentração de descendentes de escravos e afastados dos centros urbanos, eles estão presentes em diversos pontos do país, como São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco, Minas Gerais, entre outros. No Brasil atual, estes locais são habitados por agricultores, extrativistas e pescadores artesanais.
Foto: Flora Pereira da Silva
Iniciativas como estas são importantes no caminho da afirmação do direto dos descendentes de escravos e também para a preservação da memória de quem não mediu esforços para garantir sua liberdade.
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