sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Escritor baiano finalista de premiação em Portugal busca editora para novo livro

Foto: Divulgação
por Jamile Amine

Com o romance “Soy Loco por ti América”, o escritor Javier Arancibia Contreras, nascido 'um pouco por acaso' em Salvador, foi um dos cinco finalistas do Prêmio Leya de Portugal, que contempla livros inéditos e originais em língua portuguesa, assinados por pseudônimos. A obra, que concorreu com 361 textos de autores de 14 países, e teve assinatura de Diego García Lopez, está em fase final de edição, mas o autor ainda busca editoras interessadas em publicá-la em 2015. “Esse processo é um pouco longo, como tudo que envolve literatura no Brasil”, disse Javier em entrevista ao Bahia Notícias. Confira:

Bahia Notícias: Você nasceu em Salvador, mas mora em Santos. Quanto tempo viveu na Bahia? Você retorna com freqüência ou tem referências baianas em seu trabalho? 

Javier Arancibia Contreras: Essa pergunta é boa para esclarecer que nasci um pouco por acaso em Salvador. Toda a minha família é chilena e por discordar com os rumos que o Chile tomava naquela época de ditadura militar, meus pais resolveram vir ao Brasil. Por meio de um amigo, meu pai conseguiu um emprego em Salvador, onde nasci. Depois fomos morar no Paraná por quatro anos e retornamos a Salvador, quando definitivamente saí da cidade aos 8 anos. Retornei a Salvador, apenas de férias, vinte anos depois. Dessa forma, não tive um tempo de maturação na cidade que me fizesse efetivamente ter referências locais no meu trabalho atual. Morei em muitas cidades e até fora do país. Esse conjunto todo de informações e culturas diferentes acabam norteando hoje meus livros, mais do que um local específico. 

BN: Qual é a sua formação?

JAC: Sou jornalista e trabalhei como repórter em alguns jornais de São Paulo, na maioria das vezes nas páginas policiais, o que de certa maneira influenciou minha literatura. Quando publiquei meu primeiro livro, "Imóbile" (7Letras), em 2008, fui finalista do Prêmio São Paulo de Literatura, o que me fez seguir em frente. Depois lancei "O Dia em Que deveria ter morrido" (Terceiro Nome), que ganhou a Bolsa de Criação Literária do Proac do Estado de São Paulo. Este novo livro "Soy Loco por ti América" também ganhou a Bolsa de Criação Literária da Funarte e foi finalista do Prêmio Leya 2014. Em 2012 também fui selecionado pela revista literária inglesa Granta na antologia "Os melhores escritores jovens brasileiros".


Escrito em 2008, "Imóbile" foi o primeiro livro de Javier Contreras

BN: Você ficou entre os cinco finalistas do Prêmio Leya de Portugal com o romance “Soy Loco por ti América”, de que se trata o livro?

JAC: "Soy Loco por ti América" é um romance dividido em quatro histórias separadas por espaços e tempos distintos. As histórias se passam em várias cidades como Buenos Aires, Londres, Santiago do Chile e Brasília e tenta formar, através de cada uma das histórias, um painel da América dos anos 60 até os tempos atuais. 

BN: De onde vem seu interesse por temas relativos à América Latina?

JAC: Sou um apaixonado pela história da América Latina, desde a sua descoberta e formação, passando pelas ditaduras até o processo de redemocratização. Tentei escrever um livro com essa temática, mas que fosse principalmente uma obra de ficção. Não gosto de livros de literatura com apelo didático.

BN: Qual a importância deste reconhecimento, você ganhou alguma premiação por estar entre os finalistas na premiação?

JAC: O fato de o prêmio tradicionalmente ser sob pseudônimo até o fim garante credibilidade e dá condições de apenas a qualidade artística e literária ser analisada. Ter ficado entre os cinco finalistas me faz crer que o livro tem qualidade. Mas o Prêmio Leya só distingue um vencedor. Foram 361 originais de língua portuguesa vindos de 14 países diferentes. 

BN: Seu livro foi assinado com o pseudônimo Diego García Lopez. Existe algum motivo para esta escolha?

JAC: Não. É apenas o nome do primeiro personagem do livro.

BN: O livro ainda não foi publicado, tem previsão de lançamento? Já sabe por qual editora vai sair?

JAC: Ainda não. Na verdade estou em fase de edição final do livro. Minha agente tem apresentado para algumas editoras interessadas, existem algumas conversas, mas ainda nada definido. Esse processo é um pouco longo, como tudo que envolve literatura no Brasil.


Fonte: Bahia Notícias

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