quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Duas noivas, dois buquês, seu pais e um casamento para entrar para a história

Por Vicente Carvalho


As duas vestidas de branco, os sorrisos dos convidados e a alegria estampada no rosto merecia ser contada.

Elas se conheceram em Campo Grande. A história envolve capítulos de namoro à distância e de provas de amor. Nenhuma delas tinha o sonho de entrar na igreja, de véu e grinalda. Não “tinha”. Depois que o amor entrou em cena, mudaram-se os atos. “Um momento muito especial, você vai querer que marque, vamos querer mostrar as fotos para os nossos filhos”.

Os convites foram enviados para 300 convidados. “Vieram amigos de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Espírito Santo e até da Guatemala”, enumera o casal. Elas escolheram os modelos de vestido com o mesmo estilista, mas de surpresa uma para a outra. Só viram os trajes no grande dia, e com a trilha sonora de Maria Bethânia e Marisa Monte, foram conduzidas pelos pais, por vontade própria, até o juiz de paz. “Eles que fizeram questão”, frisam. Na foto, dá para perceber a emoção nos olhos dos dois. “Ele estava com sorriso de orelha a orelha, falando que estávamos lindas”, conta Nadja sobre a expressão do sogro.


“Vestimos-nos juntas e entrelaçamos as mãos. “Era o nosso momento, nos declaramos e rezamos antes de entrar”. Queríamos quebrar o tabu sobre quem é o “homem” da relação, e como “A Nadja, é mais estilosa, prefere calças e sapatos, eu sou mais clássica, gosto de salto e maquiagem, então, eu fiz questão de entrar para esperar ela e mostrar que não existe isso.


Uma surpresa, foi a presença maciça dos amigos dos pais. “Eles estavam com medo, mas todo mundo fez questão de ir, de estar lá”. “Não teve nenhum parente que deixou de ir, nossos amigos disseram que foi muito importante, que quebramos barreiras de muitos casais, mudou, todo mundo se abriu. A aceitação foi incrível”, comentam. Uma das fotos exemplifica com perfeição a afirmação das noivas. A avó de Nadja, dona Nori, aos 89 anos, chama as duas num canto e faz questão de tirar foto mostrando o dedo, como quem dá o recado contra o preconceito. “Ela nos defende”, explicam as duas.


A lua de mel do casal foi na Europa, uma viagem de 20 dias entre Espanha, Itália e Inglaterra. No tour romântico, elas receberam a ligação do pai de Nadja, que precisava a todo custo dizer algo que talvez tenha ficado preso na garganta por anos. “A minha entrada com você, definitivamente, foi o dia mais feliz da minha vida”.

Fotos: Campo Grande News

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