sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Coletivo de Mulheres Negras reclama de racismo nas políticas estaduais e municipais

por Francis Juliano/Luana Ribeiro

Foto: Max Haack/Ag. Haack/Bahia Notícias
Coordenadora do Odara – Instituto da Mulher Negra, que participou nesta quinta-feira (15) do desfile da festa do Senhor do Bonfim, a historiadora Valdeci Nascimento, fez críticas às políticas estaduais de segurança pública e ao número de jovens mortos em ações policiais. “Nós estamos em marcha desde o ano passado, na Lavagem do Bonfim, contra o racismo, contra a violência e pelo bem viver. Não aceitamos mais nenhuma justificativa para 83 mortos por dia. Não justifica jovens de 15 a 24 anos mortos pelo Estado, com o argumento de que ele são do tráfico. Você sabe o número de mortos, mas não sabe o número de autos de resistência que eles organizam para justificar”, aponta. Entre os alvos de discordância está a manutenção do secretário de Segurança Pública, Maurício Barbosa, e da Educação, Osvaldo Barreto Filho. “Queremos dizer ao governador que nós o elegemos, mas ele não tem direito de manter o secretário, ele não entende de segurança. Ele não tem o direito de manter o secretário de Educação. O Bope é do carlismo. Não pode o PT de esquerda recuperar o Bope, que mata mais do que essa polícia que está aí. E ele se elege com o argumento que ele é da comunidade da Liberdade, popular. A gente tem que dizer a ele que antes de governar, conversar, porque nós não concordamos”, afirma ela.



As reivindicações também são direcionadas à prefeitura de Salvador. “Queremos creche e escolas de tempo integral para as crianças. Você não educa um povo se não oferece as condições. ACM Neto, a gente não quer passeio bonito, nós queremos uma escola de qualidade, professores bem remunerados, para poder responder à expectativa das nossas crianças”, diz. Valdeci também criticou a redução de ônibus dos bairros periféricos para a Barra. “Nós não aceitamos a limpeza étnica que o prefeito está fazendo na cidade. Tirou os ônibus circulando da periferia para a Barra e assim que você entra no bairro, você é revistado. Isso é uma política racista, de limpeza. Nós não aceitamos”, reclama.

Fonte: Bahia Notícias

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