Rangel com Elomar, Fábio Paz e Luiz Caldas no estúdio WR |
Era uma vez a indústria da música baiana
por detroi
O Brasil, sem dúvida, é uma referência quando se fala em documentário. Isso já ficou claro até mesmo pra Hollywood que na penúltima edição chegou a estampar o rosto do nosso maior documentarista, Eduardo Coutinho, na festa de premiação.
Nos últimos anos, documentários produzidos no país tem ganhado destaque, principalmente aqueles ligados à música, provando que há público para o gênero.
Uma nova produção promete contar uma história pouco conhecida dos brasileiros. A Bahia e sua produção musical são responsáveis por um dos mais importantes capítulos da história da música no Brasil. E a WR Discos, um estúdio criado em 1975 por Wesley Rangel, teve muito a ver com isso. Além de ser o grande catalizador da criação da Axé Music, o estúdio WR foi o ponto de encontro entre músicos, poetas, produtores e técnicos, possibilitando dar vazão a talentos como Luiz Caldas, Carlinhos Brown, Gerônimo, Silvinha Torres, Roberto Mendes e tantos outros.
Rangel com o jamaicano Jimmy Cliff |
Essa história começa a sair do limbo com o documentário dirigido por Nuno Penna. A produção é de Igor Penna e Mina Ishikawa, a mesma equipe responsável pela produção de A Morte de DJ em Paris (2011). Para o documentário sobre o estúdio WR, a equipe já realizou entrevistas com o produtor musical Roberto Sant’Anna, o cantor Paulinho Caldas, o músico Carlinhos Marques, o técnico de som Vivaldo Menezes, o locutor Jorge Cunha, dentre outros nomes chaves para se compreender a história dessa espécie de Abbey Road baiano.
Foto recente da equipe na casa de Luis Caldas |
Também ajudam a contar a história do lendário estúdio, o produtor musical Alexandre Lins e o cantor Luiz Caldas. “É comum afirmar que a WR formou um mercado fonográfico na Bahia. Mas ainda assim essa afirmação está longe da real dimensão da WR na música da Bahia”, explica Nuno. “Ela foi responsável pela formação técnica e profissionalização de toda uma geração de músicos, produtores, técnicos de gravação e assistentes de estúdio”, completa o diretor.
Durante a década de 90 a WR continuou a gravar os maiores nomes da música baiana e até nacional, como Marisa Monte, Caetano Veloso, Simone, Fafá de Belém e tantos outros. O terraço do prédio construído na Rua Maestro Carlos Lacerda, onde há um café, com vista para avenida Garibaldi era o ponto de encontro preferido entre compositores como Vévé Calazans, Gilson Babilônia, Dito, Saul Barbosa e tantos outros. O documentário registra o reencontro desses músicos numa espécie de celebração ao estúdio que foi espaço para toda essa transformação ocorrida no mercado fonográfico. Agora é aguardar pra conferir o lançamento previsto para dezembro desse ano.
Fonte: Caderno de Cinema
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