quinta-feira, 19 de março de 2015

CRIME NA COMUNICAÇÃO SOCIAL DO GOVERNO

O Ministério Público Federal considerou estarrecedor, inaceitável e revelador de possíveis práticas ilegais na gestão pública, o documento produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, propondo à Presidente da República medidas e estratégias de comunicação propondo “virar o jogo”.

Na visão de procuradores, essa virada que propôs o secretário Traumann seria financiada de modo criminoso, na medida em que se preconizava a utilização de recursos públicos para promover uma ação conjunta, coordenada entre a divulgação institucional a cargo da Secretaria e a ação dos blogues ditos progressistas.

Mais uma vez, em sua manifesta insensibilidade política, o governo propõe tapear a sociedade pelo uso da propaganda, e o que é pior, de uma propaganda enganosa, com a qual pretende revestir mostrar-se com qualidades que ele simplesmente não tem, como as da competência e eficácia.

O documento produzido pela Presidência da República, depois de constatar explicitamente que as responsabilidades da comunicação oficial do Governo Federal e as do PT/InstitutoLula/bancada/blogueiros são distintas, considera natural que o governo tenha uma comunicação mais conservadora, centrada na divulgação de conteúdos e dados: “a guerrilha política precisa ter munição vinda de dentro do Governo, mas ser disparada por soldados fora dele”, proclama o documento de Traumann.

Será que é papel do servidor público municiar guerrilha política? Isso é crime!,sentenciou ontem o senador Aloysio Nunes Pereira. E deu até o enquadramento: “O Código Penal, no seu art. 321, tipifica como crime patrocinar, direta ou indiretamente, o interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.”

Outro ponto que achama a atenção dos procuradores é a proposta feita por Traumann, de tentar levantar a popularidade do Haddad, em São Paulo, utilizando recursos federais. Ora, percebe-se aqui proposta de se violar os princípios da Administração Pública inscrita no art. 37 da Constituição Federal, que são a impessoalidade, a honestidade e a probidade são características que devem revestir todo ato da Administração Pública.

Traumann, providencialmente, pediu para sair de férias. Escapará por algum tempo de ter de dar explicações, inclusive no Congresso, sobre o amontoado de asneiras que conseguiu juntar num só papel. Para ele, pessoalmente, vai ser bom, pois estava cansado de ser tratado com grosseria pela Presidente, como foi aliás assinalado pelo Diário do Poder, há dois dias.

Fonte: Diário do Poder

Nenhum comentário:

AS MAIS ACESSADAS

Da onde estão acessando a Maria Preta