domingo, 5 de abril de 2015

O Candomblé da Bahia pelo olhar de Frei Thomás Kockmeyer


Um conjunto de fotos sobre o candomblé e uma comunidade negra na Bahia passa pelo processo de conservação no Recife. As imagens foram feitas pelo frei Thomás Kockmeyer, entre os anos de 1930 e 1940, e, atualmente, fazem parte do acervo do Arquivo Provincial Franciscano onde têm sido realizados os trabalhos do projeto Resgate Documental da Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil. As atividades são patrocinadas pela Petrobras.


O Arquivo Provincial Franciscano guarda documentos com quatro séculos de história, oriundos de conventos franciscanos de sete estados da região Nordeste mais o Pará. "O nosso objetivo é criar, aqui, no Convento Franciscano do Recife, uma espécie de arquivo central da Ordem Franciscana onde freis, estudiosos e pesquisadores de diversos estados poderão ter acesso à história da nossa Província e, por que não, do Brasil", comenta o historiador frei Roberto Soares, coordenador de Patrimônio da Província Franciscana.

Entre os documentos vindos da Bahia para compor o Arquivo Provincial Franciscano esta uma pequena caixa com os dizeres "Candomblé - Fotografias de Frei Thomás Kockmeyer" em sua tampa. "Abrir esta caixa foi como abrir um baú do tesouro", diz a coordenadora do projeto Resgate Documental da Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil, a restauradora Débora Mendes.

Dentro da caixa, pequenas fotos medindo 5x7 cm, em sua maioria. São retratos dos habitantes de comunidades negras, suas manifestações e artigos religiosos, além de aspectos alimentares e indumentários.

"Esse material é preciosíssimo em termos de informação e história, pois cada imagem instiga uma investigação, uma nova história. São fotos que revelam muito dessa relação Bahia-África. O fato de terem sido produzidas por um frei franciscano mostra que a Ordem sempre esteve aberta ao diálogo e sensível ao conhecimento da cultura do outro. Não há um olhar dominante e, sim, de busca pela compreensão”, afirma o antropólogo Raul Lody. Ele é curador da Fundação Pierre Verger, na Bahia.

Segundo o frei Roberto, dentre os diversos ofícios aprendidos pelos franciscanos, praticados dentro e fora dos conventos, durante a sua vida religiosa, estava o da fotografia. De acordo com ele, era comum registrar o dia a dia dentro das igrejas e as missões, como no caso do frei Thomás Kockmeyer – autor das fotos que compõem este coleção. “Em alguns conventos, inclusive, havia laboratórios de revelação”, alegou o diretor de Patrimônio da Província Franciscana.

O objetivo do projeto Resgate Documental da Província Franciscana de Santo Antônio do Nordeste do Brasil é proporcionar as condições necessárias para que o conjunto de fotos e outros documentos que compõem o acervo do Arquivo Provincial Franciscano possam estar minimamente acessíveis.

“Neste momento, nossa equipe técnica está trabalhando na identificação (com relação à origem, língua em que foi escrito e assunto), higienização e catalogação de todo este material. Desta forma, os documentos estarão disponíveis a estudiosos que poderão realizar pesquisas mais aprofundadas sobre estes arquivos”, argumenta Débora Mendes.

CONSERVAÇÃO – com patrocínio da Petrobras, o projeto Resgate Documental da Província Franciscana de Santo Antônio do Nordeste do 

Brasil está conservando milhares de documentos da Ordem Franciscana. São manuscritos impressos e iconográficos como circulares conventuais, cartas papais, documentos avulsos, livros, plantas, fotos, negativos, slides, fitas cassetes, discos em vinil, partituras e filmes que retratam sua vivência religiosa, social, cultural e administrativa.

O coordenador de Patrimônio da Província Franciscana, frei Roberto Soares, motivado pelas viagens que fez a vários conventos e entrando em contato com todas essas raridades históricas, teve a ideia de reuni-las e iniciar um processo que envolve identificação, organização e a conservação deste material.


A partir da análise do que já começou a ser trabalhado, é possível afirmar que existem unidades documentais do século XVI ao XX em suportes diversos como papel artesanal e industrial, pergaminhos, manuscritos com tinta ferrogálica, impressos e as diversas técnicas/suportes de documentação fotográfica em diversas técnicas como também negativos e diapositivos em vidro.

Outras Informações:
Clara Albuquerque (assessora de comunicação)
(81) 9631.0592
Jan Ribeiro (fotógrafa e assessoria de comunicação)
(81) 9631.2445
Daniel Vilarouca (assessor de comunicação)
(81) 9179.3199 / 9907.4013

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