sexta-feira, 26 de junho de 2015

80% dos brasileiros estão pessimistas com a economia, diz FGV

Após dois meses de estabilidade, o indicador que mede o grau de satisfação dos consumidores com a situação atual da economia desabou em junho

No geral, índice de confiança do consumidor recuou 1,4% na confiança em junho ante maior, aponta FGV(Ricardo Matsukawa/VEJA)

A percepção dos consumidores em relação à situação atual da economia voltou a piorar em junho: quatro a cada cinco brasileiros avaliam o momento corrente como ruim, de acordo com dados da Sondagem do Consumidor divulgada pela Fundação Getulio Vargas (FGV), nesta sexta-feira. Após dois meses de estabilidade, o indicador que mede o grau de satisfação com a situação da economia local desabou em junho. A queda foi de 15,5% frente ao mês anterior, resultado que puxou o recuo de 1,4% na confiança do consumidor no período. Isso porque a proporção dos que avaliam o momento econômico como ruim atingiu 79,1%, o maior nível da série, iniciada em setembro de 2005.

Já a perspectiva com o futuro melhorou um pouco, embora o número de pessimistas ainda supere o dos que aguardam melhora para os próximos meses. O indicador de otimismo com a evolução da situação econômica nos seis meses seguintes subiu 2,5%. Mesmo assim, ele ainda se mantém em nível muito baixo historicamente, destacou a FGV.

A proporção de consumidores que preveem melhora da economia cresceu de 17,1% para 18,1% entre maio e junho. Já a parcela dos que consideram que irá piorar caiu de 39,9% para 39,0%. "Este foi o 17º mês em que são registrados mais consumidores pessimistas do que otimistas com o rumo da economia nos seis meses seguintes. Antes deste período, iniciado em fevereiro do ano passado, o recorde havia sido de apenas seis meses, entre outubro de 2008 e março de 2009", disse a FGV.

Construção - Já o Índice de Confiança da Construção (ICST) permaneceu praticamente estável em junho, ao avançar 0,1% na comparação com maio, para 73,5 pontos, na série com ajustes sazonais, segundo a FGV. No entanto, o nível atual está 30,4% abaixo do registrado em junho de 2014. Em maio deste ano, o indicador havia caído 4,7% na comparação com abril.

"Apesar da acomodação na ponta, a pesquisa que encerra o semestre mostra o declínio expressivo da atividade setorial em 2015. Entre outros indicadores, chama atenção que o indicador de emprego previsto esteja, em junho, em nível 29% inferior ao observado em 2014", avaliou Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção da FGV.


(Com Estadão Conteúdo)
Fonte: Veja

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