terça-feira, 26 de abril de 2016

Artista jamaicano brinca com folclore afro-caribenho e ficção científica



Mistura entre ficção científica, cultura africana, folclore afro-caribenho e do oeste da Índia, o trabalho do artista jamaicano Paul Lewin vem chamando a atenção pela convergência de culturas. Natural de Kingston, capital da Jamaica, Paul vive a arte desde os primeiros momentos da infância, observando seu pai dedicar boa parte da vida transformando pedaços de madeira em obras culturais. Lewin, que o teve como principal inspiração, afirma que sua casa era permeada por móveis de diferentes formas e objetos. O contato constante só deu asas para a imaginação do garoto.

The Humminbird Queen

“Meu pai era apaixonado por esculturas em madeira. Ele também adorava colecionar obras de arte. Minha casa na infância era forrada com quadros e artefatos de culturas de diferentes partes do mundo. Tudo isso aliado ao meu amor por ficção científica inspirou muito minhas primeiras criações artísticas,” explica em conversa com o blog Sister From Another Planet.
 The Offering

A obra de Paul Lewin envolve as diferentes comunidades tradicionais de África, o folclore indígena e antigas civilizações, que somadas com sua paleta de cores, quase dão vida às imagens, que trazem o aspecto contemporâneo das pinceladas de Lewin. Mulheres e senhoras negras são retratadas com seus colares e roupas de forte pigmentação, que combinadas com um pano de fundo moderno e futurístico (com guarda-chuvas levitando, por exemplo), diferenciam e dão uma identidade singular e um ar de surrealismo aos seus desenhos.
 The Drummer

Vivendo em Oregon, nos Estados Unidos, o artista atualmente trabalha em uma série de pinturas inspiradas na diáspora africana, especialmente nas tradições que envolvem os negros do Caribe. Batizada de Roots of the Bottom Tree, a coleção contém quadros complexos e decorados com arestas, além de desenhos elaborados em renda e enfeitados com adereços de caveiras, penas e pedras preciosas. Paul adicionou em suas criações costumes oriundos do folclore de Porto Rico e das ilhas do Caribe, o que acabou proporcionando um contato entre ele e seu passado africano e claro, a Jamaica.
 Neru

No Caribe o hábito é passar de geração para geração o estilo de vida e tudo que cerca o universo folclórico. A linha cronológica tem início na ancestralidade africana e se mantém viva por meio de contação de histórias. Neste contexto a obra de Lewis se faz importante, pois cria múltiplas narrativas no caminho de interligação entre passado e o futuro das comunidades afro-caribenhas. De olho nesse futuro, Lewin planeja agora trabalhar com Hayao Miyazaki – um dos responsáveis pela criação do cinema de animação japonês. A dupla pretende construir uma ‘animação épica’, como o próprio definiu, sobre o misticismo da diáspora.
Divine Kingdom

Por Kauê Vieira do Afreaka

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