quarta-feira, 27 de abril de 2016

Sensualidade e curvas arredondadas nas mulheres esculpidas por Eliana Kertész


Eliana Kertész é uma artista de múltiplas possibilidades e de grande força criativa, tornando-se uma das mais importantes escultoras brasileiras da atualidade, contando com reconhecimento internacional e participação constante em exposições dentro e fora do Brasil, entre as quais a V Bienale di Roma, onde foi premiada, no início de 2004, com a terceira colocação na categoria escultura. 

Generosa, íntegra, coerente. É assim que vejo e admiro Eliana, um ser de alma plena, forte, carismático, com grande capacidade de renovação. Uma escultora que tem se posicionado e se firmado no universo artístico pela força criativa e pela coerência de uma estética própria, que empresa significação e identidade a cada uma das muitas personagens que tem criado, formando uma imensa galeria a que eu particularmente chamo de "família EK", figuras versáteis, performáticas e admiráveis em suas generosas formas arredondadas, opulentas, plenas de força e vitalidade. É nessa variedade criativa e identitária que "nasceram", entre tantas outras, as generosas Maria da Praça, Maria Dolores, Santinha, Risoleta; as dos Anjos, Florzinha, Raquel e Hilda, muitas delas fazendo parte hoje dos acervos das galerias de arte, de colecionadores, de instituições de cultura, além de "povoar" e simbolicamente "humanizar" praças das cidades, a exemplo da bela Maria da Praça - misto de bailarina e anjo barroco - na Praça de Arte, Memória e Cultura, situada no corredor das artes, no Centro Histórico de Salvador, escultura que desperta sempre a curiosidade e a admiração de tantos que por lá trafegam no dia-a-dia. Muitas outras personagens certamente ainda virão, todas elas significantes em seu modo de expressão. 

É difícil para mim falar de Eliana sem excesso de adjetivação, não só por ela ser uma amiga, mas sim por ver nela um ser rico, lúcido, consciente, com uma visão ampliada de mundo e capaz de compartilhar e de se superar a cada momento, seja no plano da arte, seja na sua vida pessoal. Diria eu, um ser exemplar, portanto, que buscou na escultura uma nova expressão de vida, um novo caminho de participação construtiva e de comunicação, transformando conscientemente sua força-fragilidade em confiança e liberdade expressiva; a sua arte em doação, raiz, permanência. 

EULÂMPIA S. REIBER, Diretora Executiva da Associação Cultural Auguste Rodin.






Fonte: www.elianakertesz.com.br

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