Alexandre Martinez aprendeu o ofício da jardinagem com a avó, em Limeira, no interior de São Paulo. Ele lembra de quando escutava a avó conversando com as plantas: “Tá doida, vó”, perguntava. Hoje, ele próprio conversa com as plantas na praça, ou “meninas”, como prefere chamá-las.
Sem a ajuda de ninguém, em apenas três meses, ele revitalizou uma pequena praça no centro de São Paulo, na esquina das avenidas São João e Duque de Caxias. Onde havia lixo, ele fez um lindo canteiro com pau-brasil, palmeira, bananeira e abacateiro. Também plantou boldo, batata doce, feijão, pimenta, cebolinha e plantas decorativas, como a espada-de-são-jorge.
Gabriel Cabral/Folhapress
“Não faço isso por dinheiro nem por glória. Faço para controlar minha ansiedade”, disse Martin à Folha de S. Paulo. O trabalho com as plantas diminui a vontade de consumir drogas. “Tentei melhorar a praça. E daí, com isso, deixei de fumar um cigarro. Depois, deixei de usar uma droga. Preenche minha cabeça e meu tempo“, diz.
Gabriel Cabral/Folhapress
Moradores da praça elogiam transformação
Os moradores do entorno elogiam e agradecem a transformação gradual da praça. “Ele não para. É uma máquina. Observo ele dia e noite, desde janeiro. O rapaz tem talento“, diz Maria do Socorro dos Santos, 61. “Antes, eu precisava limpar todos os dias. Agora não preciso mais”, afirma a gari Maria das Neves. “Melhorou 100%. Eu o parabenizo”.
Martinez mora em um quarto alugado na “Cracolândia”, na região da Luz, por R$ 25 por noite. “Volto para a praça de dois em dois dias, quando não chove”, diz ele. O jardineiro rega as plantas com água que vaza de um prédio próximo dali. As mudas são doadas ou colhidas de outros canteiros – e é dessa forma que ele consegue dinheiro para pagar sua hospedagem.
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Via Razões Para Acreditar
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