segunda-feira, 6 de março de 2017

Programa literário reduz 4 dias de pena para cada livro lido por detentos no país


Os presos conseguem diminuir quatro dias da pena para cada livro que leem.

Cada livro lido nos ensina alguma coisa e muda um pouco nossa vida, para esses detentos muda de forma ainda mais efetiva e impactante.

“Crime e Castigo”, do escritor russo Fiódor Dostoiévski, é um dos livros mais procurados por detentos de quatro presídios federais de segurança máxima em Mato Grosso do Sul, no Paraná, Rio Grande do Norte e em Rondônia, os presos e presas tem quatro dias reduzidos de pena para cada livro lido.

Publicada originalmente no século 19, o livro conta a história de um jovem que comete um assassinato e que se vê perseguido pelo sentimento de culpa. Os presos conseguem diminuir quatro dias da pena para cada livro que leem. Mas, além da leitura, eles precisam fazer uma resenha, que depois é avaliada por uma equipe pedagógica.

Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, a segunda obra mais escolhida entre os detentos é “Ensaio sobre a Cegueira”, de José Saramago, seguida por “Através do Espelho”, de Jostein Gaarder, e obras nacionais, como “Dom Casmurro”, de Machado de Assis, “Sagarana” e “Grande Sertão Veredas”, ambas de Guimarães Rosa.

O programa batizado de “Projeto Remição pela Leitura” começou em 2010. Desde então, foram escritas 6.004 resenhas sobre diversos livros. A avaliação das resenhas é feita sob critérios como letra legível e limitação ao tema exposto na obra. Entre todas as resenhas entregues, 5.383 foram aprovadas pela esquipe pedagógica, formada por pedagogos, psicólogos e terapeutas ocupacionais.

As obras incluídas no programa foram selecionadas por profissionais da área de educação. A maioria são clássicos da literatura brasileira, filosóficos e científicos, mas, de acordo com o Ministério, os gêneros estão se diversificando. Os presos têm até 30 dias para ler cada obra e podem participar 12 vezes do projeto a cada ano, o que significa 48 dias a menos na pena.

O projeto inclusive passou a permitir a participação de presos analfabetos – nesse caso, em troca da remição em dobro, um preso alfabetizado se responsabiliza por ler o livro ao colega, que deve apresentar sua opinião na oficina literária. “Gostaria muito de transformar o presídio em um lugar mais dinâmico e não apenas um depositório de pessoas sem perspectiva”, conta o juiz Allan Martins Ferreira ao site do Conselho Nacional de Justiça.


Via Razões Para Acreditar

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