"Esta idade que tenho é muito boa para se reinventar", a afirmação é do pintor, desenhista, gravador, escultor, muralista de cerâmica e mosaicos, performance e realizador de intervenções urbanas, Bel Borba, 60 anos, 52 de carreira.
O termo reinventar não é palavra vã para este profissional multimídia. A prova é que o artista visual, que alcançou grande popularidade em Salvador pelos murais e peças de mosaicos espalhados na cidade, comemora exposições na Europa. E mais: ele planeja lançar, ainda este ano, o livro Bel Borba – 50 anos de Criação, com comentários pessoais e curiosidades.
"Todas as exposições guardam peças inéditas", afirma Borba, que desde o ano passado está expondo na Alemanha. A primeira exposição aconteceu em novembro e dezembro, no Museu Neuffer Am Park, em Pirmasens. O local, que expõe uma mostra por ano, já abrigou obras de Pablo Picasso, Salvador Dalí, Mark Kostabi e Christo, só para citar alguns exemplos.
A segunda exposição neste país aconteceu na cidade de Ehreburg, na Galera Kleine Kunsthalle, e a terceira, que começou na última segunda-feira e vai até o dia 5 de agosto, no Borken, na Galeria im Kettelhack Karree.
"Trabalho com a noção de opostos. Homem, mulher, razão, emoção, nesta nova leitura da gênesis
Bel Borba, artista visual e performer
Espanha
Na capital baiana um animado Bel Borba recebe a reportagem para falar da exposição ReGênesis, que tem abertura no próximo dia 23, na Art Wanson Gallery Marbella, prestigiosa galeria especializada em arte moderna e contemporânea, localizada em Málaga, cidade da Andaluzia, Sul da Espanha.
Obras de Goya, Degas, Renoir, Cézanne, Monet, Picasso, Léger, Chagall, Magritte, Modigliani, Giacometti, entre outros mestres do século XIX, XX e XXI, já integraram o portfólio da galeria
Bel Borba retocando quadro com imagem da filha Bela (Foto: Luciano da Matta | Ag. A TARDE)
A exposição de Borba reúne três pinturas em telas (uma, a da tela grande, traz a imagem da filha Bela, seis anos), duas indumentárias, 20 estatuetas de bronze e alumínio e 20 relevos. Ele levou 75 dias para executar as obras.
Fotografias e audiovisual
Além de pinturas e esculturas, a mostra itinerante traz fotografias e recursos audiovisuais. A iniciativa é da Kontrastes, projeto de intercâmbio anual de artistas criado em 2015 com a finalidade de conectar artistas de distintos países. A curadoria é da historiadora, Flor María Reiners.
"Trabalho com a noção de opostos. Homem, mulher, razão, emoção, nesta nova leitura da gênesis. Os relevos, por exemplo, mostram as diferentes tribos urbanas com drags e travestis", entrega.
O reconhecimento internacional do artista, vale lembrar, começou em 2012, quando foi comissionado para montar uma exposição no coração de Times Square, em Nova York, ganhando uma página do jornal The New York Times. Em agosto deste ano Borba marca presença na Bienal de Escultura de Montreux, Suíça. Em 2018 e 2019 vai para Itália.
O arco-íris de Bel e Bela
Sem marchand e galeria, Bel Borba, na contramão da crise econômica, vive de arte. "Na Bahia tenho mercado, prestígio, mas curiosamente ninguém me vende. Na Europa tenho pessoas que acreditam no meu potencial", afirma.
Sobre seu renascimento artístico diz: "Na exposição da Espanha, meu desafio foi trabalhar com fundição, sonho antigo" O quadro em homenagem à filha, que traz uma menina em meio a um arco-íris traz a metáfora da esperança. Bel e Bela, presente e futuro.
Via Portal A Tarde
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