quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Mãe Menininha do Gantois - Uma história de sabedoria


Maria Escolástica da Conceição Nazaré - Nasceu em 10 de fevereiro de 1894 ,conhecida como Mãe Menininha do Gantois em razão do apelido menininha que recebeu na infância por ser quieta e franzina e sua posição no terreiro que assumiu. Era filha de Oxum.

Foi a quarta Iyálorixá do Terreiro do Gantois, e a mais famosa de todas as Iyálorixá brasileiras, foi sucessora de sua mãe Maria da Glória Nazareth e foi sucedida por sua filha Mãe Cleusa Millet.
Ela vinha de uma longa linhagem de Iyalorixás, as chefes dos terreiros de candomblé. O Gantois foi fundado em 1849, por sua bisavó Maria Júlia da Conceição Nazaré.

Na década de 20, foi escolhida para ser a Iyalorixá do terreiro em virtude da morte de sua tia-avó, Mãe Pulchéria, enquanto se preparava para assumir o cargo, sua mãe Maria da Glória Nazareth ficou por um curto período à frente do Gantois.

Aos 29 anos, casou com o advogado Álvaro MacDowell de Oliveira, descendente de ingleses. Com ele teve duas filhas, Cleusa e Carmem.

Admirada pela sabedoria, gentileza, conhecimentos, humildade e pulso firme, Mãe Menininha do Gantois foi a grande responsável pela difusão e popularização do candomblé na Bahia, conseguiu agregar pessoas de todas as religiões em seu terreiro, inclusive personalidades como Dorival Caymmi, Caetano Veloso, Tom Jobim, Antônio Carlos Magalhães e Vinícius de Moraes, que só tomavam decisões importantes após consultá-la. Neta de escravos africanos da tribo Kekeré, da Nigéria, ainda criança foi escolhida pelos santos do candomblé do terreiro fundado pela bisavó, o Axé La Masse, como mãe-de-santo (ialorixá). Iniciada tia, assumiu o topo da hierarquia da religião ao completar 28 anos. Ditando as regras e comandando o terreiro, conhecido como Gantois, conseguiu maior respeito e aceitação do candomblé por outras religiões e pelo poder político, que perseguia e condenava os praticantes dos rituais. Seu mérito estendeu-se também à modernização do candomblé: mesmo abrindo as portas para integrantes e pessoas de outros cultos e religiões, não deixou que se transformasse em exploração folclórica e turística. Um modelo de vitalidade e bondade, conciliou as atividades do terreiro com a família, realizando obras de caridade.

Em uma entrevista dada a revista IstoÉ, mãe Carmem, filha de mãe Menininha do Gantois, conta que ela adorava assistir telenovelas, sendo que uma de suas preferidas teria sido Selva de Pedra. Era colecionadora de peças de porcelana, louça e cristais, sobre os quais guardava muito zelo. Não bebia Coca-Cola, pois certa vez lhe disseram que a bebida servia para desentupir os ralos de pias, e ela temia que a ingestão da bebida fizesse efeito análogo em si.Faleceu de causas naturais aos 92 anos de idade.
Foto: Almanaque Brasil

2 comentários:

josemarbaiano2009@hotmail.com disse...

Fui adolescente na Baixa do Gantois,bem pertinho do Terreiro!!!Neto de "Dona" de familia Católica Praticante.Comecei a Respeitar e Admirar o Candomblé e Minha Mãe Menininha do Gantois e sinto um orgulho enorme de ter sido contepôraneo>Eu Amo Mãe Menininha do Gantois!!!!

gardenia disse...

eu,acho bom sao pessoas que nao querem nada,daosem olhar a quem,fazem so o bem,o prova e tanta que gal,betania,caetano vao la,fizeram ate uma musica pra elas homenagiando!parabens mae meninha do gantoa!

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