Borges, um dos mais importantes nomes da moda brasileira e diretor do evento defende a realização dos desfiles no charmoso bairro do Centro Histórico de Salvador. “Realizar os desfiles fora do shopping dá uma embalagem à moda muito adequada. Sem falar que um local a céu aberto dá significado à liberdade.” E é esta liberdade que se quer valorizar com a presença da Capoeira durante o evento, quando são homenageados, além dos grandes Mestres Pastinha e Bimba, os sete Mestres de capoeira residentes no Forte de Santo Antônio Além do Carmo, seus discípulos e seguidores.
O desfile coletivo abriu a noite trazendo muitas surpresas como a apresentação de Carlinhos Brown, a presença virtual do compositor Gilberto Gil e a cantora e atriz Valéria. Escolhida para ser uma característica do evento, a Capoeira marcou presença nos desfiles, principalmente através dos depoimentos dos capoeiristas gravados e exibidos em dois grandes telões localizados atrás da grande passarela. Também a música das rodas de capoeira embalaram a noite com uma orquestra de berimbaus acompanhada de instrumentos de percussão e de cordas, marcando a presença da França, na interpretação de conhecidas composições do cancioneiro francês.
Praticamente toda a estrutura do forte foi utilizada para a montagem do mega evento que teve um investimento total para a sua realização de 2,2 milhões de reais. Vale ressaltar que a arquitetura do Forte da Capoeira exigiu um formato especial de passarela que permite boa visibilidade de quase todos os pontos do local. E mesmo os que não conseguiram acesso ao espaço fashion, puderam assistir aos desfiles através de diversos televisores de LCD instalados no lounge, na sala de imprensa e na sala VIP, também instalados no Forte. Isto sem falar na transmissão simultânea para a área externa ao Forte, o que permitiu ao público presente no Largo de Santo Antônio acompanhar toda a movimentação “ao vivo”.
A Sala de Desfile, com capacidade para receber 600 pessoas sentadas, é dotada de equipamentos de som e luz utilizados nos melhores eventos de moda do país. Bem perto dali ficam localizados os camarins, um salão dedicado a cabelo e maquiagem, além de uma área de relax com massagem, perfazendo um complexo espaço para que modelos e celebridades possam enfrentar a maratona fashion com conforto e comodidade.
Perfil dos homenageados
Mestre Pastinha
Vicente Ferreira Pastinha nasceu em Salvador em 05 de abril de 1889, filho do espanhol Jose Senõr Pastinha e da negra Raimunda dos Santos. Iniciou-se na capoeira aos 10 anos de idade, chamado pelo “preto” Benedito, um escravo alforriado, para aprender a malícia do jogo e poder enfrentar outro menino, mais velho do que ele e mais forte, que vivia lhe fazendo ameaças. Pastinha, então, começa a freqüentar o “canzu” do tio Benedito e, pouco tempo depois, seria avaliado como “pronto” pelo Mestre orientador e seguiria mantendo fama de imbatível pelas ladeiras da antiga cidade de São Salvador da Bahia.
Tendo passado por várias profissões, inclusive pela Marinha de Guerra da Brasil, Mestre Pastinha, por sentir o apelo mais forte da capoeira, funda em 1935, quando já tinha 46 anos de vida, sua primeira academia de capoeira, que funcionou, durante anos, em local conhecido na época como “Bigode”, próximo ao Pelourinho. Em 1941, muda-se para o casarão de número 19 no mesmo Centro Histórico de Salvador, onde cria o Centro Esportivo Capoeira Angola.
Mestre Pastinha apresentou-se com o seu grupo de discípulos e alunos em vários estados do país e representou o Brasil no Primeiro Festival de Artes Negras de Dakar, na África, em abril de 1966. Embora famoso no Brasil e no exterior, aos 84 anos é despejado de sua academia e o seu espaço transformado em restaurante.
A conseqüência desse duro golpe foi um primeiro derrame, sofrido em maio de 1978 e um segundo, meses depois. Transferido para um abrigo de idosos, morre em 13 de novembro de 1981. Hoje, o seu legado é mantido por seis mestres residentes no Forte de Santo Antônio Além do Carmo: Mestre João Pequeno de Pastinha, do Centro Esportivo de Capoeira Angola (CECA-AJPP), Mestre Moraes, do Grupo de Capoeira Angola Pelourinho (GCAP), Mestre Pelé da Bomba, do Grupo de Capoeira Angola Pai e Filho, Mestre Curió, da Escola de Capoeira Angola Irmãos Gêmeos (ECAIG), Mestre Bola Sete, do Centro de Cultura da Capoeira Tradicional Bahiana e Mestre Boca Rica, da Escola de Capoeira Angola da Bahia.
Mestre Bimba
Manuel dos Reis Machado, o Mestre Bimba, nasceu no dia 23 de novembro de 1900, no bairro do Engenho Velho de Brotas, em Salvador. Começou na capoeira com 12 anos de idade e seu primeiro mestre foi ao africano Bentinho, capitão da Companhia de Navegação Bahiana. Aos 18 anos, começou a ensinar a capoeira no bairro de origem nasceu, mas em 1928, achando que o jogo que praticava era pouco competitivo, cria a Capoeira Regional.
Em 1932, funda a sua primeira academia chamada Centro de Cultura Física e Regional. Em 1939, Bimba ensina a Capoeira Regional em quartel militar e leva a sua arte por todo o país, inclusive apresentando-se para o então Presidente da República Getúlio Vargas, no Palácio da Aclamação, quando em visita a Salvador, em 23 de julho de 1953. Foi depois desta apresentação que Getúlio liberou as manifestações populares, como a capoeira, até então perseguidas pela polícia.
Casado e pai de dez filhos, enfrenta sérios problemas financeiros e deixa Salvador. Vai para Goiânia onde morre no dia 5 de fevereiro de 1974. Hoje, um dos seus filhos, Mestre Nenel, mantém viva a tradição da Capoeira Regional no Forte de Santo Antônio Além do Carmo, onde funciona o Centro Cultural Física Regional da Bahia, única no forte que pratica a Capoeira Regional.
O desfile coletivo abriu a noite trazendo muitas surpresas como a apresentação de Carlinhos Brown, a presença virtual do compositor Gilberto Gil e a cantora e atriz Valéria. Escolhida para ser uma característica do evento, a Capoeira marcou presença nos desfiles, principalmente através dos depoimentos dos capoeiristas gravados e exibidos em dois grandes telões localizados atrás da grande passarela. Também a música das rodas de capoeira embalaram a noite com uma orquestra de berimbaus acompanhada de instrumentos de percussão e de cordas, marcando a presença da França, na interpretação de conhecidas composições do cancioneiro francês.
Praticamente toda a estrutura do forte foi utilizada para a montagem do mega evento que teve um investimento total para a sua realização de 2,2 milhões de reais. Vale ressaltar que a arquitetura do Forte da Capoeira exigiu um formato especial de passarela que permite boa visibilidade de quase todos os pontos do local. E mesmo os que não conseguiram acesso ao espaço fashion, puderam assistir aos desfiles através de diversos televisores de LCD instalados no lounge, na sala de imprensa e na sala VIP, também instalados no Forte. Isto sem falar na transmissão simultânea para a área externa ao Forte, o que permitiu ao público presente no Largo de Santo Antônio acompanhar toda a movimentação “ao vivo”.
A Sala de Desfile, com capacidade para receber 600 pessoas sentadas, é dotada de equipamentos de som e luz utilizados nos melhores eventos de moda do país. Bem perto dali ficam localizados os camarins, um salão dedicado a cabelo e maquiagem, além de uma área de relax com massagem, perfazendo um complexo espaço para que modelos e celebridades possam enfrentar a maratona fashion com conforto e comodidade.
Perfil dos homenageados
Mestre Pastinha
Vicente Ferreira Pastinha nasceu em Salvador em 05 de abril de 1889, filho do espanhol Jose Senõr Pastinha e da negra Raimunda dos Santos. Iniciou-se na capoeira aos 10 anos de idade, chamado pelo “preto” Benedito, um escravo alforriado, para aprender a malícia do jogo e poder enfrentar outro menino, mais velho do que ele e mais forte, que vivia lhe fazendo ameaças. Pastinha, então, começa a freqüentar o “canzu” do tio Benedito e, pouco tempo depois, seria avaliado como “pronto” pelo Mestre orientador e seguiria mantendo fama de imbatível pelas ladeiras da antiga cidade de São Salvador da Bahia.
Tendo passado por várias profissões, inclusive pela Marinha de Guerra da Brasil, Mestre Pastinha, por sentir o apelo mais forte da capoeira, funda em 1935, quando já tinha 46 anos de vida, sua primeira academia de capoeira, que funcionou, durante anos, em local conhecido na época como “Bigode”, próximo ao Pelourinho. Em 1941, muda-se para o casarão de número 19 no mesmo Centro Histórico de Salvador, onde cria o Centro Esportivo Capoeira Angola.
Mestre Pastinha apresentou-se com o seu grupo de discípulos e alunos em vários estados do país e representou o Brasil no Primeiro Festival de Artes Negras de Dakar, na África, em abril de 1966. Embora famoso no Brasil e no exterior, aos 84 anos é despejado de sua academia e o seu espaço transformado em restaurante.
A conseqüência desse duro golpe foi um primeiro derrame, sofrido em maio de 1978 e um segundo, meses depois. Transferido para um abrigo de idosos, morre em 13 de novembro de 1981. Hoje, o seu legado é mantido por seis mestres residentes no Forte de Santo Antônio Além do Carmo: Mestre João Pequeno de Pastinha, do Centro Esportivo de Capoeira Angola (CECA-AJPP), Mestre Moraes, do Grupo de Capoeira Angola Pelourinho (GCAP), Mestre Pelé da Bomba, do Grupo de Capoeira Angola Pai e Filho, Mestre Curió, da Escola de Capoeira Angola Irmãos Gêmeos (ECAIG), Mestre Bola Sete, do Centro de Cultura da Capoeira Tradicional Bahiana e Mestre Boca Rica, da Escola de Capoeira Angola da Bahia.
Mestre Bimba
Manuel dos Reis Machado, o Mestre Bimba, nasceu no dia 23 de novembro de 1900, no bairro do Engenho Velho de Brotas, em Salvador. Começou na capoeira com 12 anos de idade e seu primeiro mestre foi ao africano Bentinho, capitão da Companhia de Navegação Bahiana. Aos 18 anos, começou a ensinar a capoeira no bairro de origem nasceu, mas em 1928, achando que o jogo que praticava era pouco competitivo, cria a Capoeira Regional.
Em 1932, funda a sua primeira academia chamada Centro de Cultura Física e Regional. Em 1939, Bimba ensina a Capoeira Regional em quartel militar e leva a sua arte por todo o país, inclusive apresentando-se para o então Presidente da República Getúlio Vargas, no Palácio da Aclamação, quando em visita a Salvador, em 23 de julho de 1953. Foi depois desta apresentação que Getúlio liberou as manifestações populares, como a capoeira, até então perseguidas pela polícia.
Casado e pai de dez filhos, enfrenta sérios problemas financeiros e deixa Salvador. Vai para Goiânia onde morre no dia 5 de fevereiro de 1974. Hoje, um dos seus filhos, Mestre Nenel, mantém viva a tradição da Capoeira Regional no Forte de Santo Antônio Além do Carmo, onde funciona o Centro Cultural Física Regional da Bahia, única no forte que pratica a Capoeira Regional.
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