terça-feira, 6 de outubro de 2009

Brasil edita filmes da campanha da Rio-2016 até a última hora


Tamanho foi o perfeccionismo da campanha Rio-2016 que uma ilha de edição chegou a ser instalada no hotel Sankt Pitri, em Copenhague, para mexer até a última hora nos filmes que seriam mostrados aos membros do COI (Comitê Olímpico Internacional)."A O2 montou uma ilha para ficar remontando o filme a cada dia, de acordo com o que o Scott queria", disse, por telefone, o cineasta Fernando Meirelles, sócio da O2 Filmes e que assina as peças com Paulo Caruso e Rodrigo Meirelles.Scott, no caso, é Scott Givens, ex-vice-presidente de entretenimento da Disney e responsável pelas aberturas do Pan-2007 e de Sydney-2000. Foi o americano que capitaneou a apresentação brasileira nesta sexta-feira - não apenas os vídeos, mas também os discursos. "[O Brasil] fez uma apresentação fantástica, emocional, gostei muito", disse o campeão olímpico de salto com vara Sergei Bubka, hoje votante do COI.
Talhada por Givens, a exposição foi eficaz. Os discursos proveram as explicações técnicas de que o COI precisava e insistiram no que foi o principal argumento da campanha brasileiro: realizar a primeira Olimpíada da América do Sul.
O país também foi mostrado como aberto e acolhedor - o que contrastou com a apresentação de Chicago, cujos representantes chegaram a ser questionados sobre as barreiras imigratórias aos visitantes. Meirelles afirma que essa abordagem foi calculada de olho também na política.
A Rio-2016 saiu da mesmice dos rivais ao mostrar nas peças publicitárias uma cidade que queria receber, e não apenas contentar seus cidadãos. Na peça, cidadãos de diferentes países vão desembarcando no Rio e são incorporados pela multidão em festa.
Ao longo dos meses de campanha, foram sete filmes em tom emocional crescente. Todos norteados por Givens, que ainda escreveu e distribuiu os discursos desta sexta-feira a cada orador e acalmou atletas nervosos. "Desta vez o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) fez direito, não entraram só com o briefing. O Scott trabalhou toda a concepção", disse Meirelles.
Na hora de agradecer, um dos primeiros citados pelo presidente Lula foi o marqueteiro inglês Mike Lee, o mesmo que levou para Londres os Jogos de 2012. Depois, Carlos Nuzman listaria seis marqueteiros. Só com consultoria, a campanha de Rio-2016 gastou R$ 52 milhões
Da Folhapress
Em Copenhague (Dinamarca)

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