quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Racismo, aqui não! - Queila Rosa

Queila Rosa Pasntingl -Produtora cultural e dançarina baiana,nascida no bairro do Uruguai, mora na Áustria desde 2003
Sua experiência é constante com o racismo.Em 2004 fundou a ABRASA ( Afro-Brasilianicher Verein Für Tanz - Associassão Afro Brasileira de Cultura e Arte ) na Áustria com o objetivo de integrar os austriacos com os brasileiros imigrantes. Temos um trabalho social de interação cultural com temas específicos sobre imigração, racismo, preconceito racial etc.. para justamente neutralizar situações vividas por brasileiros e pessoas de outras nacionalidades.Principalmente entre os próprios brasileiros que acabam criando núcleos sociais isolados.
Maria Preta - Você acha que existe Racismo na Bahia e no Brasil?
Queila Rosa - Acho que o racismo é um problema não só no Brasil e sim mundial ! Mas tenho muita fé no ser humano , veja só a Abrasa surgiu a partir da demanda de comunicação e trocas de experiências entre austríacos e imigrantes, essencialmente os brasileiros e latinoamericanos. A percepção destas demandas se deu a partir de cursos de dança oferecidos pela presidente da associação e de reuniões com brasileiras residentes em Viena. A idéia inicial era trabalhar a expressão corporal despertando a expressão de emoções levando o indivíduo ao encontro de si mesmo. A experiência com a dança revelou as dificuldades de
expressão emocional e de auto-colocação do corpo no mundo, dos participantes dos cursos. A outra revelação dos cursos foi o interesse de estudantes (universitários) austrícos em pesquisar sobre a cultura brasileira. Os próprios alunos do curso acabaram sugerindo a criação de uma associação entre Áustria e Brasil para trocas culturais. Ou seja a expressão de nossa arte em uma país tão diferente culturalmente do nosso , levou ao interesse de austriacos em quebrar a barreira do preconceito contra latinos americanos. Acho que é isso a comunicação bem feita quebra as
piores barreiras os maiores preconceitos.

MP - Você já foi vitima de algum tipo de discriminação?O que mais te marcou?
QR - Sim, aqui na Áustria aconteceu um fato que me marcou profundamente .Estava num ônibus com meus filhos gêmeos! Eles estavam chorando por algum motivo que não me lembro, então os passageiros do ônibus não gostaram de escutar o choro dos meninos e começaram a dizer que eles estavam incomodando e dentro do ônibus tentaram bater com cinto nos meus filhos de 2 anos! Quando dei por mim estava brigando com 4 pessoas e tendo que proteger os meninos da agressão deles.Foi uma situação muito triste e constrangedora.

MP - Em sua opinião o que precisa ser feito para mudar esse quadro?
QR - O que o Brasil deveria pensar o seguinte: A questão social e de comunicação provoca este tipo de situação, formando núcleos socias onde pessoas acabam se colocando acima de outras.Não é somente no Brasil, esse é um problema mundial. O racismo não é só de branco para negro, está entre os próprios negros o que é muito pior. Eu pediria que as autoridades compententes dessem mais atenção a instituições também fora do Brasil para fotalecer o movimento negro que é na Europa através de trabalho socias, culturais para imigrantes brasileiros e que pessoas de outras nacionalidades acabam se beneficiando.Essas iniciativas nos fortalece tornando-se coletiva. Pois seja na Áustria país de Ritler, na Alemanha, Itália, Rússia ter neles instituições brasileiras que possam fazer capanha de comunicação social voltada a educação cultural, realizando conferências sobre rascimo em parceria com estes paises juntos as instituições de brasileiros militantes, pois assim se tornaria ainda mais forte a mensagem contra o racismo, o preconceito e fortaleceria igualdade racial e de gênero! Temos um projeto aqui na Áustria o Carnaviena, onde trazemos um pouco do Carnaval da Bahia para cá, em 2010 ele trás como tema , Carnaval História e Resistência! Pois é importante falar que os eventos culturais podem e devem ser os interlocutores da paz , da integração social de toda a humanidade, pois a maior riqueza de cada nação é sua cultura e quando compartilhamos nossa cultura com outros estamos oferecendo o que há de melhor em nós e isso promove a aceitação a interação, diminui as diferenças.
MP - O que você acha da nossa campanha de reflexão social Racismo, Aqui Não?
QR - É muito importante e gostaria muito que esta campanha fosse aplicada também aqui na Áustria para fortalecer a missão da ABRASA. A boa comunicação educa, e ajuda a destruir os preconceitos ruins em qualquer lugar do mundo.

Obrigada Queila

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