Nascida em Amargosa, a gestora, professora, atriz, fundadora do Ilê-Aiyê, ex-secretária municipal da Reparação e atual secretária do Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza do Estado, Arany Santana vai aumentando a sua coleção de títulos, troféus e méritos. Na próxima terça-feira, 30 de novembro, às 19h, ela receberá da Câmara Municipal de Salvador, a denominação honorífica de cidadã soteropolitana, em concorrida solenidade que contará com a presença de autoridades, políticos, intelectuais, artistas, além da comunidade do Ilê-Aiyê e de povos de santo.
Para comemorar com Arany sua nova condição de soteropolitana, garantiram presença ao evento o ministro chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Eloi Ferreira de Araújo, o secretário estadual da Cultura, Márcio Meireles, os deputados Valmir Assunção e Luis Alberto, Jaime Sodré, Godi, Lazzo Matumbi e Margareth Menezes, entre outros.
Biografia
Licenciada em Letras pela UFBa, Arany Santana reúne em seu currículum várias profissões e atividades. Educadora, atriz e gestora, teve importância fundamental na fundação do Movimento Negro Unificado, em 1978.
Estreou a pasta de secretária municipal de Reparação, órgão criado em Salvador em 2003. Sua militância tem início no município de Amargosa, cidade onde nasceu, no interior da Bahia.Especialista em Língua e Cultura Kikóongo e em História da África, formou-se também em teatro pela UFBA. Entre os trabalhos que realizou como gestora, Arany coordenou, durante dois anos, os Centros Sociais Urbanos do Estado da Bahia da Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes). Foi assessora especial da Secretaria do Trabalho, Assistência Social e Esporte, coordenadora pedagógica do projeto IMEJA-SMEC “A Arte na Centralidade do Currículo” e professora do Seminário Temático “Diversidade Cultural” pela Universidade Estadual da Bahia (UNEB) para o Curso de Pedagogia para formação dos professores da Rede Municipal de Ensino.
Ensinou Português e Cultura no Ensino Médio da Rede Estadual de Ensino. Também coordenou o Projeto de Educação e Cultura do Grupo de Capoeira Kilombolas.
Assessorou a Secretaria de Educação do Estado da Bahia em Assuntos Afro, coordenou as ações afro-baianas no Intercâmbio Bahia/Benin-África e foi conselheira representante da Secretaria da Educação do Estado da Bahia no Conselho para o Desenvolvimento da Comunidade Negra – CDCN (1991/1995) e Conselheira, Consultora e Arte – Educadora do Centro de Referência para a Infância e Adolescência – CRIA (desde 1994).
Atuou como consultora do PANGEA para ações de valorização e preservação do Parque São Bartolomeu (1999/2000) e como consultora e educadora da Escola Oficina de Salvador – Projeto de Restauração da Faculdade de Medicina da Bahia (1998/2000). Foi assessora de ensino da Secretaria Municipal de Educação (1989/1990, 1996/1998).
Foi coordenadora pedagógica do Projeto de Arte e Cultura das Escolas Municipais do Bairro da Liberdade – “Escola, cadê a sua história, professora do Programa de Extensão de Educação de Jovens e Adultos da Rede Estadual de Ensino (desde 1997) e técnica de Gerência de Currículo da SEC (1995/1997).
Diretora de Cultura e Arte do Ilê Aiyê desde 1983, Arany coordena a publicação Cadernos de Educação do Ilê Aiyê, vem formando os professores do Projeto de Extensão Pedagógica do Ilê Aiyê (desde 1996). Também trabalha como coordenadora Pedagógica da Escola Comunitária “Mãe Hilda”, mantida pelo Ilê Aiyê desde 1988.Pesquisadora dos temas de Carnaval do Ilê Aiyê desde 1985, também organiza e apresenta o Concurso da Beleza Negra do Ilê Aiyê.
Cine, TV e Teatro
No currículo de Arany ainda estão atuações como atriz em filmes de cineastas importantes na história do cinema brasileiro, como no “A Idade da Terra”, de Glauber Rocha, “Jardim das Folhas Sagradas”, de Pola Ribeiro, “A Guerra de Canudos”, de Sérgio Rezende e o mais recente, com previsão de estréia ainda este ano, “Capitães de Areia”, de Cecília Amado.
Arany participou de 18 espetáculos teatrais em Salvador, a exemplo de Baile Pastoril, Cordel Vida e Verso e Castro Alves. Em televisão apresentou, em 88 e 90, o programa de televisão Beleza Black, na TV Itapoan e trabalhou na minissérie Mãe de Santo da Rede Manchete.
No teatro encenou dezoito espetáculos em Salvador, entre eles, Baile Pastoril, Cordel Vida e Verso e Castro Alves.
Prêmios
Entre os prêmios de reconhecimento do seu trabalho Arani recebeu o diploma “Destaque Mulher” (1998 e 2002) da Assembléia Legislativa do Estado, pela atuação nas áreas educacional e artística e no trabalho de preservação e divulgação da cultura negra, o Troféu UJAAMA – Mulher Destaque/ 97 - promovido pelo Olodum - pelos trabalhos realizados na área da cultura e do conhecimento; o Prêmio Itaú – UNICEF pelo Projeto Pedagógico do Ilê Aiyê – 1996 (3º Melhor Projeto do Brasil).
Em 1995, também foi agraciada com o Troféu “Clementina de Jesus”, realizado pela UNEGRO, pelos trabalhos realizados em prol da Comunidade Negra, e, em 2004 recebeu a Medalha 2 de Julho da Prefeitura Municipal de Salvador.
Publicou Diretrizes Curriculares para o Ensino da Educação Artística na Rede Estadual de Ensino, em 1980, e Cronologia dos Reinos Africanos da Costa dos Escravos, em 1988.
Fonte: Ascom/Sedes
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