A publicação, que tratava de assuntos da cultura negra acabou, mas a ideia, não. E o trabalho, iniciado no Rio numa época em que ninguém falava em favelas e muito menos queria ir a uma, ganhou o mundo.
Luiz Fernando Lopes , o Tekko, e José Junior (D), no escritório do grupo na Lapa: AfroReggae faz aniversário hoje | Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Dia
O AfroReggae emprega quase 300 pessoas, atua em cinco favelas no Rio — entre elas, o Alemão —, tem 12 grupos e 11 projetos e leva seu trabalho para outros estados. Também já passou por nove países — um deles, a Índia —, onde integrantes do grupo trabalharam com jovens recrutados para o terrorismo. Lançaram CDs, documentários, programas de TV e de rádio. Mas os números de pessoas que conseguiram tirar da criminalidade, esses são incontáveis. O grupo oferece oficinas de música e teatro em comunidades e, através do trabalho, mantém jovens longe da criminalidade.
Em sua maioridade, o AfroReggae volta à Lapa, onde começou. Foi na Rua Joaquim Silva, perto da nova sede, que aconteceram suas primeiras reuniões. Vigário Geral foi depois. Nessa época, já fazia parte do grupo Luiz Fernando Lopes, o Tekko, responsável pelos programas de rádio e pela grife do grupo. Agora, o grupo quer amadurecer mais o que foi feito e prepara novos projetos. Entre eles, o núcleo na pacificada Vila Cruzeiro, Penha, e um museu no Alemão, projeto de Oscar Niemeyer. “Quero um grande acervo. Se falasse isso há 10 anos, iam rir”, contou o coordenador-executivo do grupo, José Junior. “Se tivesse a formação de hoje, talvez eu não fizesse o que fiz. Entrei por inexperiência, mas aliada à visão do que estava acontecendo e à sorte deu certo”, revelou.
Fonte: O Dia Online
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