terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Curso de verão reúne músicos de todo o país e do exterior em Brasília


Pelo 33º ano, a capital federal sedia um das mais tradicionais iniciativas de formação musical do país, o Curso Internacional de Verão da Escola de Música de Brasília (EMB). Serão 12 dias de aulas de aperfeiçoamento com músicos de renome - entre eles, estrangeiros vindos de países como Estados Unidos, França, Rússia e Venezuela. Para a população, é mais uma oportunidade de, ao longo do curso, assistir, de graça, a apresentações de qualidade, além de reforçar a imagem que corre o país de que a cidade é a capital brasileira da boa música.




Até ontem (9) a noite, quando um concerto em homenagem ao ex-diretor da escola, o maestro Carlos Galvão, falecido em 2009, deu início à 33ª edição do curso de verão, 475 pessoas já estavam inscritas para participar de uma das 37 disciplinas oferecidas. A expectativa dos organizadores, contudo, é de que a participação chegue a 800 pessoas vindas de todo o Brasil e até mesmo de outros países, como Argentina, Uruguai e China.

Na manhã de hoje (10), os alunos espalhados pelos corredores da Escola de Música se dividiam entre os que participam pela primeira vez do curso e que não escondiam a expectativa e os que, já tendo participado, estão certos de que esta é uma chance como poucas.

“Aceitamos o convite para que estes jovens pudessem ter uma maior experiência musical e social, se enturmando com pessoas de outros lugares, o que é uma novidade. E eles, com certeza, jamais teriam uma oportunidade de ter aulas com músicos como os que estão aqui”, disse Micaela Shayane, uma das professoras da Orquestra Jovem de Contagem, formada exclusivamente por alunos da rede municipal da cidade da região metropolitana de Belo Horizonte (MG).

Já o contrabaixista Paulo André, mesmo já sendo um músico experiente e integrando a Orquestra Sinfônica do Teatro da Paz (mantida pelo governo paraense), decidiu repetir a experiência pela terceira vez e viajou de Belém (PA) a Brasília, onde passará 12 dias em um alojamento, quando soube que as aulas de contrabaixo acústico estariam a cargo de Sandrino Santoro, um dos mais importantes do país. “Em Belém, dificilmente teria uma chance como esta. O curso proporciona que estudantes de diversas partes do país se reúnam e desenvolvam suas habilidades e isso é vital para um músico.”

A troca de experiências e a diversidade dos participantes, com aulas tanto de música erudita quanto popular, também é apontada pelo percussionista Edson Quesada como uma das principais razões para deixar de lado outros compromissos profissionais e reservar um espaço na agenda para compartilhar seu conhecimento com os novos músicos.

“E um trabalho que eu gosto muito de fazer. Porque é bom para o currículo, mas principalmente pelo significado da Escola de Música. Quando vivi em Brasília, aqui [a Escola de Música] era a minha segunda casa. No curso é possível conhecer pessoas de diferentes regiões e países e recebemos muito carinho dos alunos”, disse Quesada.

De acordo com o diretor da escola, o maestro Jonas Correia da Silva, o objetivo do curso é congregar culturas e práticas musicais variadas, tanto na área erudita quanto popular, dando aos participantes a oportunidade de desenvolver suas habilidades musicais. “É um momento para que alunos com alguma habilidade tenham aulas com um professor de alto nível sem ter que fazer um grande investimento. Já para a cidade, este é, tradicionalmente, o grande evento que inaugura a agenda cultural anual”, assinalou Silva, ex-aluno do próprio curso.

Cada aluno pode participar de até duas disciplinas, pagando R$ 150 por cadeira. Até ontem, as mais procuradas eram arranjo e harmonia, seguidas por canto popular e violão popular. Este ano, uma das novidades é a inclusão do curso de acordeom, que será ministrado pelo pianista e acordeonista Marcos Nimrichter. Segundo o maestro Silva, o custo total da organização do curso é R$ 3 milhões, bancados pelo governo do Distrito Federal. As apresentações para o público, de acordo com Silva, ainda está sendo definida, mas a ideia é fazê-las também em locais de grande fluxo de pessoas nas cidades próximas a Brasília.

Fonte: Jornal do Brasil

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