Foto: Portal Ananindeua |
Por: Emerson Teodoro
Quero debater na minha primeira postagem o PRO-UNI (Programa Universidade para Todos) que fornece bolsas parciais e totais em faculdades particulares.
O PRO-UNI é um programa que tem por finalidade a concessão de bolsas em cursos de graduação ou seqüenciais em instituições privadas de ensino superior para estudantes advindos de escolas publicas ou de escolas particulares onde obtiveram bolsa de 100%.
Os candidatos são selecionados pelas notas obtidas no ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) e ainda existe um programa de bolsa-permanência que fornece subsídio de até R$ 300,00 para que o aluno se mantenha na faculdade.
É inegável que o programa é um avanço para mudar a desigualdade social, mas não resolve todos os problemas, como por exemplo, o uso de dinheiro publico em faculdades que não tem qualidade, o ato de mascarar o perverso problema da falta de qualidade da educação publica de base, o irreal vestibular das faculdades públicas ou ainda a marginalização de grupos étnicos do acesso ao ensino superior em especial a população negra.
Números
Só para ilustrar, no ultimo estudo divulgado pelo governo (setembro/2008) mostrou que a desigualdade se agravou nos dez anos anteriores (1997-2007).
Apesar de o numero de negros nas instituições de ensino superior ter aumentado, a diferença quando comparado com os brancos aumentou. Enquanto em 1997 a diferença porcentual era de 9,6% em 2007 a diferença porcentual passou para 15,8% aos 21 anos de idade.
Para melhor entender, complemente a este dado outro estudo que mostrou que em 1997 9,6% dos brancos tinham nível superior completo e em 2007 passaram a ser13,4%, quanto que para com a população negra que em 1997 tinha 2,2% de pessoas com nível superior e passou a ter 4%. Em resumo de 7,4% em 1997 aumentou para 9,4% quando avaliado a população por inteiro.
Políticas públicas
É necessária uma política pública que não afaste o jovem da escola, em especial a população negra, pois somente assim teremos um país mais justo. Do que adianta tornarmos a quinta economia e sermos o terceiro com maior desigualdade social do mundo (relatório ONU/Pund).
É verdade que nos últimos dez anos os programas de transferência de renda têm aumentado, mas precisamos de muito mais, e aos mesmos somar as políticas afirmativas. Somente desta forma teremos um BRASIL cada vez melhor e mais justo, e claro, a educação tem de ser sempre o pilar que sustenta a estrutura.
E o negro sofre duas vezes, pela falta de políticas afirmativas e pela desigualdade social que o atinge de forma frontal. Nada de regalias, assim como a constituição nos impões deveres iguais a todos, nada mais lógico do que lutarmos por direitos iguais. E o Estatuto da Igualdade Racial aprovado a base de suor de muita gente, um ano após ser sancionado, ainda sofre para ser regulamentado.
Sim, queremos PRO-UNI, cotas, políticas afirmativas e políticas públicas para a população negra. É a única maneira de o BRASIL enfim virar um país de TODOS. E viva a coragem do Rio de Janeiro para impor cotas em concurso público.
Fonte: Afropress
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