A mineira Melissa Mundim lança seu primeiro livro na capital, com temática que explora a arte negra, histórias e costumes através da poesia. “Banzo Branco” reúne escritos guardados durante 20 anos.
As percepções e interações com a música negra, as incongruências e complementaridades do seu mundo, costumes e histórias antigas. Sentimentos de uma “quase biografia” reconstruídos e transformados em poesias. Essa é a proposta da mineira Melissa Mundim, que lança seu primeiro livro “Banzo Branco” em Belo Horizonte, no próximo dia 15 de setembro.
Melissa teve parte de sua vida voltada para o mundo jurídico. Formada em Direito, viveu por muitos anos a racionalidade das leis, o que a deixou afastada da poesia por um tempo. Após a faculdade começou a compreender sua atração pelo mundo das artes e, retomando a escrita iniciada na adolescência, resolveu experimentar as impressões e sensações da dança, do canto e do teatro, como forma de “manter sua alma elástica e oxigenada”, assim ela diz. Desde jovem, já escrevia sobre temas diversos, mas esperou um amadurecimento de suas ideias e interpretações para publicar o primeiro livro. “Uma vez, participando do curso de produção cultural do Romulo Avelar, ouvi dele que não devemos acreditar na qualidade do que fazemos, só porque família ou amigos gostam. Resolvi que só colocaria o nariz nesse universo, quando compreendesse que meus rabiscos estariam maduros o suficiente pra lidar com todas as impressões que uma obra causa ao ganhar mundo. Uns anos depois, recebi uma chamada do Mestre Jonas no messenger dizendo que havia feito um samba com um poema meu. Ele lia meu blog e eu nem fazia ideia. Foi a maior honra da vida! Comecei a achar que poderia estar pronta”, conta Melissa.
“Banzo Branco” traz o registro da trajetória poética de Melissa guardada em gavetas. Os poemas mais recentes inauguram a experiência de sua interação com o universo musical mineiro, mais especificamente, com as composições de artistas negros contemporâneos. “Banzo Branco” é o nome de um poema, uma palavra negra e uma branca: um Tao. Para Melissa, ele traduz as dualidades complementares que vivencia em sua poesia: seu mundo de mulher branca e o dos negros que a inspiraram; mente e coração; sombra e luz; amor e dor; presente e passado. “A sensação que tenho deste livro é que ele é um rufar de muitos tambores acordando corações, anunciando um silêncio e devolvendo-os à natureza, com a alegria do encontro com as origens. A obra retoma um período em que eu estava muito ligada à cena mineira atual, ouvindo muito samba do Mestre, o instrumental de Thiago Delegado e hipnotizando-me com a alma da música negra que Sérgio Pererê faz. O intercâmbio com a alma poética do trabalho desses artistas me levou pra outro lugar”, assim define.
Sobre Melissa Mundim - Mineira, nascida em Belo Horizonte, atualmente residindo em Brasília. Formada em Direito, fez especialização em Direito Ambiental e é pós-graduanda em Antropologia da Mulher. Tem a arte, o ser humano e a natureza como inspiração. E para manter sua criatividade em fluxo, utiliza-se de ferramentas como o canto, a dança, o artesanato, a culinária, o teatro e o universo do palhaço.
Fonte: http://www.segs.com.br
FÁBIO GOMIDES
Serviço:
Melissa Mundim lança “Banzo Branco”
Dia: 15 de setembro (sábado)
Horário: 17h
Local: Balaio de Gato
Endereço: Rua Piauí, 1052 - Funcionários
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