sábado, 11 de janeiro de 2014

O olhar de André Liohn: o fotógrafo de guerras (Trabalho premiado em Nova York!)


Com uma postura realista e de não neutralidade, o fotógrafo de guerra André Liohn de 39 anos, nascido no Brasil, e que cobre os eventos mais sangrentos e de maior horror e brutalidade do mundo, as guerras, onde pessoas vivem vulneráveis em sua segurança e direitos humanos. Com uma postura extremamente crítica ele faz de sua fotografia, um acerco documental, um veículo para além do produto visual, mas reafirma o seu olhar, sua singularidade, e sua vivência, o que resulta em um material antopográfico vivo e intenso. 


André se aproxima do conflito, vive-o com todo seu risco eminente, para registrar o instante. Não o instante meramente estético do que é visto pela técnica. Mas o instante existencial.
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Parafraseando o que o próprio fotógrafo diz: A urgência do conflito, que coloca nas mãos de quem o vive sempre um binômio que mudará sua vida a partir dali. Lutar ou correr, viver ou morrer. E todas conseqüências dos atos imposto pela guerra, e o direito de vida retirado violentamente. E o objetivo do fotógrafo é justamente este. Elucidar na sociedade através de seus documentos áudios-visuais, reflexões e posições críticas frente aos embates da guerra, violência, e direitos humanos e todas as bifurcações que seguem estes temas.

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Brasileiro André Liohn ganha Robert Capa Gold Medal

Rebeldes entram na cidade de Sirte, o último reduto principal de Kadafi. Durante a batalha,

Sirte ficou quase completamente em ruínas. Soldado pró-Kadafi mortalmente ferido é preso em Sirte.

Brasileiro André Liohn ganha Robert Capa Gold Medal

Rebeldes entram em confronto com soldados do governo dentro de um prédio. A batalha de Misratah durou

quatro meses e se tornou um símbolo da revolta de nove meses de duração armada contra a ditadura da Líbia.

Brasileiro André Liohn ganha Robert Capa Gold Medal

Rebeldes prontos para invadir uma casa que era base dos soldados das forças pró-Kadafi depois que os rebeldes

conseguiram tomar o controle da maioria das áreas controladas pelas forças militares, em 24 de abril de 2011.

Brasileiro André Liohn ganha Robert Capa Gold Medal

Rebeldes em confronto com os soldados pró-governo em Misratah.


Brasileiro André Liohn ganha Robert Capa Gold Medal

A batalha de Misratah durou 4 meses e se tornou uma das batalhas mais importantes e
mais simbólicas dos 9 meses de duração da revolta contra a ditadura da Líbia. Durante o cerco,
a cidade viu intensos combates e assaltos diários.

Brasileiro André Liohn ganha Robert Capa Gold Medal

Em Trípoli, na sede da 32 º Brigada de Khamis, forças rebeldes encontraram 53 corpos carbonizados dentro

de um armazém utilizado como um centro de detenção por soldados leais ao coronel Muammar Kadafi.
Alguns corpos apresentavam sinais de execução. Rebeldes chegam ao armazém.


Brasileiro André Liohn ganha Robert Capa Gold Medal

Um soldado pró-Kadafi gravemente ferido é capturado por rebeldes em Misratah.
Os motoristas de ambulâncias e médicos muitas vezes recebiam ameaças de rebeldes e
moradores em situações que tiveram de resgatar e tratar soldados pró-Kadafi.

Brasileiro André Liohn ganha Robert Capa Gold Medal


Soldados feridos pró-Kadafi são presos em Misratah. Não havia na cidade uma instalação própria

para o tratamento de soldados pró-governo feridos. Neste local apenas um médico, sem suprimentos médicos,
era responsável por receber e tratar dezenas de feridos.


Brasileiro André Liohn ganha Robert Capa Gold Medal

Rebelde Hamid Shwaili pede ajuda depois de ter sido mortalmente ferido em uma batalha

contra os soldados leais ao governo de Muammar Kadafi.
A batalha teve lugar em uma das últimas partes controladas pelo governo na Rua Tripoli, em Misratah.

Brasileiro André Liohn ganha Robert Capa Gold Medal

Uma ambulância com um rebelde morto pronta para partir do Lanuf Ras Hospital durante os primeiros dias de combate.

Sem experiência de guerra, motoristas de ambulância, vários deles voluntários, arriscaram suas vidas
para resgatar pacientes nas linhas de frente de confrontos na Líbia.


Brasileiro André Liohn ganha Robert Capa Gold Medal

Rebeldes entram na cidade de Sirte, o último reduto principal de Kadafi.

Durante a batalha de Sirte, a cidade ficou quase completamente em ruínas,
com muitos edifícios totalmente destruídos ou danificados.


Brasileiro André Liohn ganha Robert Capa Gold Medal

Rebeldes posando em frente ao corpo de um soldado pró -Muamar Kadafi morto em Sirte.

A recente cobertura da mais sangrenta rebelião da Primavera Árabe, a guerra civil da Líbia, rendeu a ele o Robert Capa Gold Medal, um dos mais prestigiados prêmios de fotografia do mundo - prêmio que foi instituído em 1955. Ele foi premiado por um grupo de 12 fotos tiradas em Misrata, à cidade mais castigada pela guerra, que ficou dois meses sitiada por tropas do ditador Muamar Kadafi, entre março e abril de 2011.


Em uma outra entrevista o fotógrafo diz: É uma honraria e tem muita importância para a nossa profissão. Sou o primeiro sul-americano (e o primeiro brasileiro) a ser contemplado com a medalha Robert Capa em 57 anos de prêmios. Espero que isso sirva para que, no Brasil, o fotojornalismo ganhe impulso mais crítico e independente. Tem muita gente fazendo trabalho bom por aí, mas tem de sair do país, para ganhar um bom espaço. Fotojornalismo não é apenas cobrir pauta e voltar para casa horas depois. Nem precisa ser devaneio estético. Pode ser um meio termo, um bom trabalho de pesquisa, que retrate uma cultura em meio ao conflito.


Confira ainda uma outra entrevista ao programa Roda Viva, da Tv Cultura, que foi ao vivo ao ar ontem dia 30 de abril de 2012, que pode ser acessada

"Se eu tivesse ficado no Brasil, não seria nada"



Fontes: obviousmag.org / oguiadacidade.com.br

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