Dois projetos da fotógrafa paulista Fifi Tong, 51, caíram como luvas na programação da exposição Jornada da Longevidade, iniciativa que comemora o Dia do Idoso a partir de quinta-feira (3), no Memorial da América Latina.
O primeiro, "Origem", demorou 15 anos até ser completado. Documentando reuniões de famílias de migrantes que moram no Brasil, as fotos já foram expostas em cidades como Rio de Janeiro e Buenos Aires, e viraram livro em 2009.
"São famílias baianas, mineiras, russas, húngaras, chinesas, japonesas, todas migrantes ou imigrantes", conta Tong.
Mostra de fotos reúne imagens de pessoas centenárias e famílias de imigrantes
Tudo começou quando ela achou um vestido antigo da avó -- a artista é descendente de chineses - vestiu-o e reuniu a família para uma foto.
A partir daí, começou a pesquisar grupos familiares em todo o país e retratá-los em preto e branco. "Mas era fundamental que as gerações presentes nas fotos fossem diretas, seguidas, sem saltos", ressalta. Era uma forma de reforçar laços consanguíneos --mesmo que longe de casa.
Já "Tempo", o segundo projeto, se fecha nos rostos de personagens centenários do país. "Nas fotos do Origem eu percebi que os mais idosos eram os mais emocionantes", diz Tong.
Entre 2010 e 2013, fez 50 retratos de pessoas com mais de cem anos de idade. O mais velho é seu Iaiá, que tinha 113 (hoje 115) e vive em Ituberá, na Bahia. "Quando voltei de terras baianas, vi que seria impossível usar fotos em preto e branco."
Assim, Tempo, diferente de Origem, é formada apenas por fotos coloridas.
"Os velhinhos sempre querem conversar", diz Tong, que fugia do mero clique nos encontros. "Não tinha essa de ir lá, fazer a foto e ir embora. A gente passava tardes juntos, tomávamos cafezinho... Vó Maria, uma sambista do Rio, sambista, botou vestido, fez as unhas, vestiu colar. Não dá para esquecer", conta.
Fonte: Hypeness
Fonte: Hypeness
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