Impossível discutir maternidade e trabalho sem reflexões e discussões profundas. Tanto que, até hoje, o assunto é tema de estudos, reportagens e livros. Sim, muitos livros. Afinal, que mãe não quer saber qual caminho a seguir: carreira ou maternidade?
Mas e se eu disser, aqui e agora, não escolha. Apenas faça da uvas… o vinho. Não existem escolhas, o que existem são ponderações… e muitas. Tudo vai depender daquilo que você almeja conquistar e já conquistou. Quem estiver na dúvida, ótimo, seja bem-vinda ao limbo que eu atualmente habito. Adianto, o trajeto não será fácil… muito erros e questionamentos, apenas para começar.
No meu caso, quando me tornei mãe, já não trabalhava mais na minha área. Estava em dúvida, queria estudar… descobrir o que realmente queria. A maternidade chegou e, lógico, a carreira acabou deixando se ser uma prioridade. Fuga? Deixo isso para outro post. O que quero dizer é que, no meu caso, acarreira não foi abandonada em função da maternidade, mas por questionamentos meus… desejo de reavaliar o futuro.
Bom, me tornei mãe… pra falar a verdade, mergulhei na maternidade! Mas isso não me fez esquecer da mulher, profissional que sou. E ai que mora o perigo. A vontade de abraçar os dois mundos sem saber para onde ir pode ser uma catástrofe, levando a fazer tudo aquilo que você jamais sonhou fazer: viver desubempregos enquanto “acredita” ser mãe em tempo integral. Acordei para essa realidade há algum tempo. Pra ser sincera, há um ano… quando comecei a me aventurar profissionalmente como jornalista freelancer.
Mas, adianto, é difícil me livrar desse ciclo insano que, sim, alimenta dia após dia que é possível ser mãe ganhando menos, mas com a opção de ficar em casa dedicando-me em tempo integral às crianças. Ilusão. Acreditem, grande parte do tempo você vai deixar seus filhos, bem ali no sofá, jogando Angry Birds para terminar um artigo que vale menos que R$ 100. É uma ilusão achar que sua presença, sim, sua simples presença, é razão para deixar uma carreira de lado.
Num artigo do livro Mujeres Visibles, Madres Invisibles, Laura Gutman aponta que o problema não é ser uma mãe que trabalha integralmente, mas uma mão que não sabe entender que o filho que a aguarda voltar para casa precisa de sua atenção, paciência e companhia no momento em que ela coloca os pés dentro de casa. Leia bem: atenção… que é mais que estar lá de corpo presente. Assim deve ser. Trabalho da porta para fora.
No meu caso, trabalho dentro de casa porque achei ser a melhor solução … e não é. O trabalho, mal pago, me faz praticar o abandono por uma carreira inexistente. Quer pior? Por isso, antes de deixar a carreira, avalie muito bem todas a possibilidades de conciliar esses dois mundos. Se conseguir, como vejo muitas amigas bem sucedidas, vale a pena. Acredite, sua carreira não tem nada a ver a com a sua capacidade de ser mãe. Carreira e maternidade podem e devem ser conciliadas, basta saber equilibrar os papéis.
Fonte: Vila Mamífera
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