quinta-feira, 22 de maio de 2014

Brasil perde três posições em ranking de competitividade e se 'firma' entre os piores países

Em quatro anos, país perdeu 16 posições, despencando na lista
Segundo levantamento, infraestrutura brasileira está na 52º posição em lista que conta com 60 países Michel Filho / Agência O Globo

RIO - O Brasil perdeu mais três posições no ranking mundial de competitividade do IMD em 2014 e “confirma” posição entre as dez piores nações do mundo. O país está na 54ª posição do levantamento, que conta no total com 60 países, é é feito anualmente International Institute for Management Development, IMD, e no Brasil pela Fundação Dom Cabral. O país só está à frente de Eslovênia, Bulgária, Grécia, Argentina, Croácia e Venezuela. Para Carlos Arruda, responsável pela etapa brasileira do levantamento, o problema é que, em quatro anos, o país perdeu 16 posições e saiu do nível mediano de países para figurar entre as nações menos competitivas do estudo.

O Índice de Competitividade Mundial 2014 (World Competitiveness Yearbook - WCY) é liderado novamente pelos Estados Unidos, seguido por Suíça, Cingapura, Hong Kong, Suécia, Alemanha, Canadá, Emirados Árabes, Dinamarca e Noruega. Segundo o estudo, Os EUA permanecem no primeiro lugar, refletindo a força de sua economia, além de números empregatícios superiores e o alto desempenho em tecnologia e infraestrutura.

— A situação do Brasil é ruim pois não fomos apenas ultrapassados por outras nações, mas na verdade perdemos pontos, principalmente nas expectativas econômicas — disse o professor da Fundação Dom Cabral.

O índice analisa 320 pontos, divididos em 20 assuntos de quatro grandes temas. Apenas em um assunto, emprego, o Brasil é “top 10”: em emprego, na 6ª posição do ranking. No segmento desempenho da economia, o país caiu da 42ª para a 43º posição. Em eficiência do governo se manteve na 58ª posição, no grupo infraestrutura caiu de 50º para 52º e em eficiência empresarial caiu de 37º para 46º.

— Este fenômeno é usual, primeiro o país perde eficiência governamental, em infraestrutura e na dinâmica da economia e isso acaba chegando ao setor empresarial. Muitas vezes as empresas são eficientes do portão para dentro, assim como o agronegócio é competitivo da porteira para dentro, mas depois perdem condições por problemas de infraestrutura — disse ele, lembrando que, este ano, quase todos os países latino-americanos listados perderam posições no ranking.

Ele lembra que Apesar da queda relativa em 2014, o tamanho da economia doméstica (7ª posição no indicador Consumo das Famílias), a atração de investimentos diretos (7ª posição) e o emprego (6ª posição) são dados de destaque para o Brasil. Estes resultados positivos são significativos, mas, sozinhos, já não sustentam o crescimento do sétimo maior PIB do mundo.

Arruda lembra que a posição do Brasil está sendo impactada, também, a pelo aumento significativo de preços (54ª posição) e pela baixa participação do Brasil no comércio internacional (59ª posição). Para ele, o Brasil pode subir no ranking se fazer com que os projetos de infraestrutura saiam do papel e se o país realizar reformas estruturais, nas áreas tributária, fiscal e trabalhista, além de ampliar e melhorar a qualidade da educação.

— O país precisa de um esforço, do contrário poderá se consolidar no fim do ranking — disse.

Ele afirma que é importante ressaltar que o país ainda mantém um percentual significativo do PIB investido em educação e saúde, o que é um resultado positivo, pois mostra que há interesse e atitudes voltadas para a melhoria destes dois fatores. Porém, diante dos resultados negativos do país nestes pilares, é preciso refletir se esses gastos estão realmente sendo feitos da forma eficiente e em que medida as ações estão corretamente direcionadas”, comenta Arruda:

- Se o Brasil é o 27º país que mais investe em saúde, por que ocupa a 59ª posição na infraestrutura deste setor? - questiona.


Fonte: O Globo

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