Sonia Destri Lie e os dançarinos da companhia (Foto: Christopher Duggan) |
A Companhia Urbana de Dança, um grupo de sete jovens moradores de áreas carentes do Rio de janeiro, sob a direção de Sonia Destri Lie, está nos Estados Unidos para fazer apresentações de 13 a 16, durante o festival Jacob's Pillow Dance, em Massachusetts, e foi destaque do The New York Times. Sonia, com quase 35 anos de carreira, foi do balé ao jazz, da dança contemporânea ao hip hop, e já assinou a coreografia de projetos com Maurício Sherman, Marília Pêra e Lúcia Murat. Se formou com Pina Bausch, Alvin Mikolais e Twyala Tharp, mas foi na Alemanha que conheceu a dança urbana e a motivação culminou com a formação da Companhia Urbana de Dança, há 10 anos.
No festival, a companhia vai apresentar Nêgo e Na Pista. "Nêgo captura a essência do racismo velado que temos no Brasil. Não é raro no país as pessoas se referirem umas às outras afetivamente como 'meu nêgo', mas ao mesmo tempo é usado como termo pejorativo, dependendo da ocasião", disse a crítica de dança Emilia Spitz. "Olhamos as fotos dos protestos, das pessoas mortas pelos policiais e começamos a improvisar na dança. Estamos fazendo uma revolução com a dança", disse Sonia. A coreografia contém imagens de luta e correria, caos, agressões físicas e explosões de coquetel molotov. Na Pista marca o retorno da companhia às suas raízes no subúrbio carioca. Ritmos e sequências coreográficas que fizeram parte da vida dos jovens dançarinos inspiraram o trabalho, com hits de Michael Jackson, Jamiroquai, Tim Maia e Lauryn Hill.
Fonte: O Globo
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