segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Maria Augusta desabafa

Maria Augusta Souza

Escrevi essa minha justificativa de voto, tentando mostrar por que não acho que é "tudo farinha do mesmo saco".

E resolvi enviar o texto a outros amigos, não como argumento para influenciar o voto de alguém. (inclusive a alguns amigos MUITO petistas me poupei de envia-lo, pois o que tenho lido de alguns no Face já me obriga a prevenir possíveis situações de mal estar).

Ai estão as minhas razões, só pra manifestar os sentimentos que me orientam nessa tão acirrada discussão eleitoral.

"Talvez não tenha mesmo grandes diferenças. 

Mas, estou segura que a permanência do PT no governo é mais nefasta para a POLÍTICA do que a vitória de Aécio. Além do que, também do ponto de vista gerencial, sou mais Aécio do que a gerentona de Lula.

E esse novo ministro da Educação. Parece uma piada! 

E como diria o tal:"nunca antes na história do Brasil" se viu tanta bandalheira e tanta cara de pau com a história do "eu não sabia".

A cooptação do movimento social, o aparelhamento do Estado, a política do vale tudo, a estratégia de alianças com o que há de mais atrasado, a soberba e a hipocrisia no petismo não têm tamanho. 

Veja o texto de Roberto Damatta (antropólogo que já serviu de referência ao PT em outros tempos). Acho que ele descreve bem uma serie de motivos que justificam considerar que a vitória do PSDB pode ser melhor para o país. http://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,um-soco-na-onipotencia-imp-,1573341

Enfim, só votei no PSDB em 92 quando Lídice foi candidata à prefeitura.

Mas, não tenho dúvidas de que devo votar em Aécio. Como uma tentativa de resgate da politica como palco de negociação e não de negócio. 

Como tentativa de pensar que o Estado brasileiro pode vir a ser, mesmo num futuro distante, uma instituição que tenha o cidadão como foco. 

A tradição política de onde vem Aécio (Ulysses, Tancredo, Montoro, M Covas, e até o próprioFHC) tentava isso. Faziam política, negociavam, transigiam, mas, o foco não era o poder 

pelo poder (vide a atuação deles nas Diretas, na Constituinte, na Anistia, etc.)

O foco era a política, mesmo renunciando ao poder, como fez Ulysses ao vetarqualquer tentativa de retirar de Sarney o direito de assumir a presidência quando Tancredo morreu. 

Coisa que não faz o PT, ao contrário, usa o Estado como usou os sindicatos, faz aliança de qualquer natureza e acha que ela se justifica porque é feita pelo partido ungido???

Aécio ter o apoio do DEM o deixa mais à direita do que os que têm ao seu lado Collor, Sarney, Renan, Cesar Borges, Oto, Marcelo Crivela, Garotinho e mais uma série de "extraordinários companheiros"?

Lula a dizer que a Bahia terá a "extraordinária oportunidade de votar no companheiro" Otto (um tosco!)...

Dilma ao lado de Collor e dos 2 Renans a dizer que não dará trégua à corrupção...

Wagner a nos fazer engolir seu poste como governador, porque não podia dar espaço a outros nomes do PT baiano para não perder o controle do partido e do poder....

É isso ao que poderia, em poucas palavras, resumir o jeito petista de fazer política.

É a chantagem de Stedile que ameaça invasões caso o PSDB ganhe.

É a ideia de que, se alguém acha bom o programa Ciências sem Fronteiras ou o Minha casa,minha vida não pode ser contra o PT. 

Estudei em escola pública enquanto meu pai fazia oposição ao governo militar e estávamos errados? 

Quando estudei na universidade pública e contestava o governo que detinha o poder do Estado que financiava a universidade. Mas, estava errada! Deveria, pela lógica petista, apoiar o governo. 

Acredito que não dá pra ficar omissa e deixar prosperar essa forma de pensar a política.

Não tenho mais campo de militância, o PSB na Bahia parece que de novo volta a se alinhar ao PT. 

Portanto, só tenho o meu voto e a possibilidade de falar a alguns poucos. (tem uma parte que não quer ouvir, pois se faço essa opção, sou de direita, neo liberal e pronto).

O PT trata os beneficiários do Bolsa Família como "indigentes" que recebem de graça um serviço e por isso têm que ser gratos, e não como cidadãos que recebem o resultado de políticas públicas do Estado brasileiro e que essa deve ser uma circunstância e não um caminho de vida. 

O PT aparelha e manipula as políticas de Estado como se fossem proprietários delas. 

O PT manipula o Poder Legislativo coerente com seu histórico entendimento de que o Legislativo é dispensável, como são também, diversas outras instituições essenciais ao regime democrático, também alvo de desprezo e desrespeito por parte do PT. 

Vou votar contra isso.

Aécio não é santo, claro. Não vou sair investigando as denuncias sobre aeroporto na fazenda do tio e etc. Paciência, apenas torço para que parte delas seja obra do poderoso marketing do PT).

Mas, só tive mesmo duas oportunidades de votar em quem poderia arriscar a mão no fogo: Ulysses, quando já não havia espaço pra gente como ele; e Waldir, que se equivocou sonhando em participar do histórico momento da eleição do 1º presidente pós ditadura. Foram votos resultantes do meu desejo de vê-los no poder.

O voto em Aécio não chega a tanto, antes expressa o meu desejo de ver encerrado esse ciclo do PT no poder.

Até dia 26,
Guta

Via Facebook

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